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 Casa do Povo da Lameira d’ Ordem  - 40 anos depois

 

 

Lameira D’ Ordem sempre no coração

 Nasceu em 1938, em plena guerra de Espanha e no dealbar da II Guerra Mundial. Mais novo de 8 irmãos e como o próprio diz, a “casa do meu pai era uma autêntica empresa de subsistência, ali se produzia tudo em pequenas quantidades, mas havia de tudo um pouco”. O ambiente onde cresceu era o de um tempo que, muitos conheceram, feito de muito trabalho e dificuldades, onde tudo o que entrava na mesa resultava dum trabalho árduo, e cada pedaço de pão era tratado como se fosse um pedaço ouro. O Sr. Adelino fala desse tempo com uma mistura de saudade e ao mesmo tempo de alívio. Ainda conheceu o que era ir à ceifa. Lembra o ano em que foi para a escola, que tinha cerca de 40 alunos.

Para ir à escola tinha que percorrer 3 quilómetros, a pé, fizesse chuva ou sol. O passo seguinte foi a profissão de Alfaiate. Naquele tempo como diz o Sr. Adelino, o trabalho infantil não era crime, havia até o ditado: “o trabalho de menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco”.

Em 1955 rumou a Lisboa, e aí começou uma nova experiência de vida.

Começou a trabalhar numa pequena alfaiataria, onde ganhava quinze escudos. Passados seis meses já estava a trabalhar numa grande alfaiataria onde se faziam fardas para todos os ramos das forças armadas. Em 1963 montou a alfaiataria Borges e Cristóvão onde trabalhou até 1975.

Depois foi trabalhar para uma grande empresa onde permaneceu dois anos. Em 1977 aceita um novo desafio e vai ocupar o cargo de controlador de qualidade numa fábrica de confecção em Belmonte.

Mais tarde deixa esta empresa e vai montar uma nova fábrica.

Entrou em 1979 e ficou até 2005. Teve a possibilidade de conhecer fábricas em vários países da Europa, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Lituânia e Bielorussia.

Hoje, reformado faz o que gosta, como seja a caça e a pesca.