Adro da Igreja de Corgas requalificado

 

O adro da Igreja de Corgas foi amplamente remodelado, com intervenções de fundo que permitem melhores condições para quem se desloca dominicalmente à missa e para quem frequenta as festas populares realizadas naquele lugar. O espaço fica preparado para receber outros eventos, nomeadamente encontros de folclore, convívios e outros.

 

O adro pertence à Fábrica da Igreja Paroquial de Proença. As obras, que foram financiadas pela Câmara, passaram pela arranque da calçada em frente ao palco e aplicação de novo piso. O palco para os artistas já estava construído, possuía cobertura, mas este ano colocou-se mosaico no piso. Debaixo do palco foram construídas casas de banho para homens, senhoras e para deficientes e uma sala para os artistas. O bar existente foi completamente remodelado, criaram-se duas churrasqueiras, um balcão de apoio às festas e todos os restantes espaços foram criados de raiz. Junto ao bar há uma estrutura com vigas de madeira, que pode ser coberta caso chova. O espaço dispõe de novos lavatórios, prateleiras de arrecadação e espaço para arcas frigoríficas. Até foi criado um espaço para o caixa de venda de senhas das bebidas e comidas. O chão foi pavimentado com mosaico e colocada nova canalização e rede eléctrica. Com estas obras, realizadas pela empresa João de Sousa Baltazar, as condições foram imensamente melhoradas. 

A cerimónia de inauguração contou com a presença do presidente da Câmara de Proença, João Paulo Catarino, o vereador João Lobo e outras entidades. As obras foram inauguradas a 16 de Julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da aldeia. A missa foi presidida pelo P. Ilídio Graça, acompanhado por guitarra e coro, formados por elementos da terra.

No final a população juntou-se para comer e beber. Não faltaram as sardinhas assadas e a vitela estufada, com massa, que estava muito bem confeccionada. A população confeccionou diversos bolos. As sardinhas e bebidas foram oferecidas pela comissão de festas. A vitela estufada foi oferta de três emigrantes na Suíça, mas presentes no momento: José Maria Martins, José Perpétuo e António Martins.

A comissão de festas deste ano foi constituída por Fernando “Pedreiro”, Ilídio Lopes e Fernando Ladeira. Para o próximo ano é eleita uma nova comissão.

Depois desta inauguração, seguiram-se os festejos em honra de Nossa Senhora do Carmo. Oportunidade para juntar todos os nascidos na aldeia e que hoje se encontram espalhados por outras terras.      

 Capela de Corgas

 

 Num dia da graça do Senhor do ano 1959, o Senhor Vigário, Pe. Alfredo Dias e a comissão constituída, rodeados por um povo entusiasta, colocaram sobre rocha dura uma pedra medulada por uma garrafa recheada de moedas e notas da época, que viria a ser o início do edifício mais emblemático e aglutinador do povo das Corgas. Trata-se da capela erigida em honra de Nossa Senhora do Carmo, no “céu das Corgas”. De relance, ao olhar para este “céu”, o pensamento voa até o Monte Carmelo, elevação a 600 metros de altitude entre a Samaria e a Galileia (Terra Santa), onde Elias (874-852 ac.) realizou estupendos prodígios e onde terá visto Nossa Senhora simbolizada numa nuvem. Olhando para esta pequena alusão bíblica, apesar de superficial, diria que a escolha do lugar não poderia ser mais acertada. Nossa Senhora do Carmo sempre apontou aos seus filhos o “caminho do céu” e, nos momentos críticos, aí está bem presente, como mãe e protectora. Conta-se que, aquando da invasão francesa, o povo das Corgas refugiou-se sob a sua protecção e Ela, através dum denso nevoeiro, subtraiu-o aos olhos do inimigo, salvando-o assim das possíveis devastações típicas nas invasões das tropas de Napoleão.

Construir no “céu e direccionado para o céu” não é tarefa fácil! Consta-se que, depois de colocar aquela primeira pedra, a máquina monetária falhou por circunstâncias diversas. No entanto, o povo sabia que “a capela pronta e o adro arranjado muito honraria a nossa aldeia…

Apesar de dez anos de espera, a consciência deste empreendimento estava viva… A capela marca um futuro novo para as Corgas” (no jornal “O Concelho de Proença-a-Nova”). O homem sonha, une os esforços e as vontades, e Deus ajuda. Realmente, foi o que aconteceu, todos colaboraram com jornas, dinheiro… No dia 19 de Julho de 1970, primeiro domingo a seguir ao dia 16, dia consagrado a Nossa Senhora do Carmo, todos os caminhos iam dar às Corgas. “Os sonolentos circunvizinhos e os da terra foram acordados com foguetes.

As ruas foram engalanadas, os melhores bichos da capoeira e de monte foram mortos”. Era a inauguração da capela em honra a Nossa Senhora do Carmo. Sim, às 13 horas, a imagem da Padroeira depois de ter percorrido as ruas da Aldeia sob a presidência do pároco, Padre Alfredo Dias e com a presença do Presidente da Câmara, Dr. Eugénio de Matos, saía em solene procissão da capela velha para a nova. Chegados ao “céu das Corgas” e dentro da “nova capela a apontar para o Céu” os membros da comissão constituída por José M. Farinha, Manuel Dias Novo, José Martins da Silva, Francisco Manuel e Francisco Ladeira Novo entronizaram no lugar apropriado a sua rainha e mãe: Nossa Senhora do Carmo.

A grande característica de Nossa Senhora do Carmo é trazer consigo o escapulário (dois pedacinhos de lã castanha unidos por cordões). “O sagrado escapulário” como veste mariana, é penhor e sinal de protecção de Deus. É uma lembrança para viver cristãmente e assim alcançar a graça de uma boa morte. Para obter as graças do escapulário do Carmo é importante que seja benzido e imposto por um sacerdote e que seja trazido piedosamente durante a vida. Na base da devoção ao escapulário do Carmo, está a imitação das virtudes de Nossa Senhora. Quem por fora cobrir com a sua veste, deve, por dentro, revestir-se das suas virtudes. A imagem centenária de Nossa Senhora do Carmo das Corgas (fins do século XVII), com toda aquela envolvência da capela: via sacra, cenário que recorda o baptismo do Senhor, tudo pintado em azulejos, as ogivas a apontar para o céu… convida misteriosamente a fazer seu, o “sagrado escapulário”. Em 2009, foi necessário intervir e restaurar a capela. O custo foi de setenta e quatro mil, oitocentos e trinta euros e oitenta e dois cêntimos. Mais uma vez, foi recordado o princípio: “o homem sonha, une os esforços e as vontades, e Deus ajuda”. Isto foi possível, não só com as ajudas das actuais 108 almas residentes mas também com o resultado de muitas festas de Verão que as diversas comissões organizaram ao longo dos anos, com o contributo dos amigos da terra e os apoios da Câmara Municipal e da Junta da Freguesia de Proença-a-Nova. Nestes meses de Verão “o olhar pelo património” serpenteou os 9 km de estrada a Norte da Vila de Proença-a-Nova para levar ao nosso querido leitor, ao tal “céu das Corgas”. É oportuno, neste mês em que a Igreja Católica celebra a festa de Nossa Senhora do Carmo, fazer também o caminho. Chegar e respirar o ar puro no adro da capela transformado num espaço de lazer e contemplação graças ao esforço de requalificação dessas áreas, levado a cabo pela Câmara Municipal de Proença-a-Nova, oxalá, possa em seguida, dentro da capela, experimentar a emoção da presença divina que teve o Profeta Elias no monte Carmelo!

Pe. Ilídio Graça -padreilidiocv@sapo.pt

 VISITA PASTORAL DE D. ANTONINO À CAPELANIA DAS CORGAS

 

 

 

 

 

 

 

 

Vista Geral da aldeia

 

Aldeia da freguesia de Proença-a-Nova donde dista 9 quilómetros. Ergue-se na encosta, perdida numa paisagem outrora rodeada de verde. Do alto da serra, por entre montes e vales, as Corgas dão água a todo o concelho. A famosa barragem das Corgas abastece as torneiras das nossas casas. Podemos pois dizer que é uma das suas maiores riquezas. No Verão, água para regar as hortas é quanta queiram.

    Uma aldeia com algum isolamento, na medida em que para lá chegar precisamos desfiar um rol de curvas, resultado do terreno montanhoso que envolve a aldeia. Nos últimos anos perdeu outra das suas riquezas, o pinheiro. A igreja “guarda” a aldeia. Do alto avista todos os habitantes. Presentemente encontra-se a sofrer melhoramentos.

 A aldeia de Corgas tem presentemente 60 moradores fixos, num total de 139 pessoas. Muitas das casas (16) estão habitadas por uma só pessoa e 24 habitadas por duas pessoas. A maioria da população é idosa. A emigração levou ao longo dos anos a população para outras paragens. É uma realidade que está aqui bem presente.

 

A Suíça é o país que acolheu a maioria dos que partiram para fora do país. A festa anual, em honra de Nossa Senhora Carmo, marca o regresso dos que procuraram uma vida melhor. As Corgas enchem-se de gente e a aldeia volta a recordar outros tempos.

As ventoinhas erguem-se por toda serra das Corgas, dando as boas vindas.

   

CAPELA EM OBRAS

  A igreja de Corgas esteve em obras em obras. Com o passar dos anos as degradações especialmente do telhado, levaram a que fossem feitas algumas melhorias. A substituição do telhado deu início aos trabalhos. Além do telhado, a torre foi envidraçada, a instalação eléctrica foi mudada. A igreja levou também uma nova pintura.

Convidamo-lo a apreciar a beleza da aldeia

Em plena ribeira, a barragem das Corgas que dá água a todo o concelho.