E.B.1 e Jardim de Infância de Lameira de Ordem


Comemoração do dia da mãe


No dia 29 de Abril, a nossa escola comemorou o “Dia da mãe”.
No dia anterior, fizemos bolinhos de coco para oferecermos às nossas mães. Preparámos uma canção e uma história com o título: “A Loja do vendedor de mamãs” e convidámos as nossas mães para virem à nossa escola comemorar, antecipadamente, o seu dia.


Assim que entraram na escola, depararam-se com um cartaz onde tinham de escrever frases sobre o que é ser mãe. Seguidamente, contámos a história: “A loja do vendedor de mamãs”. Esta história fala de um menino que se zangou com a sua mãe. Então, resolveu sair de casa e encontrou uma loja onde vendiam mães fabulosas e muito bondosas. Mas depressa verificou que mães assim também não servem, pelo que, decidiu ficar com a sua. Seguiu-se uma canção onde agradecíamos à nossa mãe tudo o que tem feito por nós.


No fim , veio a surpresa: Os bolinhos de coco!!!!! As nossas mães estavam mesmo orgulhosas!!! Disseram que os bolinhos estavam deliciosos.
No fim, e com muita pena nossa, elas tiveram de voltar aos seus empregos e aos seus trabalhos e nós continuámos o nosso, nas nossas salas.
Foi uma manhã cheia de ternura!!!!!
 

Lameira d´Ordem

Capela de Nossa Senhora da Ajuda

O alfaiate da Lameira d' Ordem

 Voltamos à aldeia da Lameira d’ Ordem e fomos procurar o senhor José Cristóvão, com 85 anos.. Exerceu a profissão de alfaiate durante mais de 50 anos. É sobre ele e a sua profissão que vamos falar hoje, caro leitor. Quando percorremos as nossas aldeias e, no meio de gente cuja marca do tempo é bem visível, encontramos quem, há muitos atrás, no vigor da sua juventude, desenvolveu a sua actividade num tempo bem difícil e que muito pouco tem a ver com o de hoje.

No nosso concelho havia alguns alfaiates. Isto no tempo em que tudo o que se vestia era feito à mão, pelo alfaiate ou pela costureira.

De terra em terra, de casa em casa, os artesãos levavam a sua arte às pessoas daquele tempo. Hoje até podemos achar alguma graça ou mesmo recordar com alguma nostalgia. Mas, para melhor conhecermos como eram esses tempos, no que diz respeito ao vestuário, fomos falar com o verdadeiro artista.

Uma tarde de calor, fomos encontrar o senhor José Alfaiate à sombra de uma cabana com outros companheiros a jogar as cartas.

 A idade dos “jogadores” merece-nos respeito, 90, 83 e 85 anos. Feitas as apresentações iniciou-se a conversa numa mistura de emoção e saudade. O jogo parou e todos ajudaram o Sr. José Alfaiate a recordar outros tempos.

Ser alfaiate foi algo que se perfilhou cedo dado o problema de saúde que teve e que o impedia de fazer outros trabalhos. Por isso, no início, não foi algo entusiasmante mas uma obrigação de trabalho, como forma de ganhar a vida. Com o passar do tempo, aprendeu a gostar e, passados alguns anos, não trocava a profissão de alfaiate por nenhuma outra.

 Os fatos que fez, já lhe perdeu a conta. Era esperado sempre com muita alegria nas casas onde passava, pois a chegada do alfaiate significava um fato novo, para miúdos e graúdos. A sua presença significava também uma refeição mais cuidada. Era muitas vezes não só o alfaiate, mas também o confidente e mesmo o conselheiro.

 Ao longo de 50 anos, fez da sua profissão uma arte que, infelizmente, não teve seguidores. Com a introdução das fábricas e da produção em série, também as fatiotas se massificaram e o alfaiate deixou de fazer sentido. Tem pena que a arte se perca mas, como ele próprio diz, “são outros tempos e fazer um fato à mão, fica mais caro”. Por falar nisso questionamo-lo sobre o que ganhava. Referiu que não se podia queixar. O que ganhava dava para viver sem apertos e com a arte da costura criou 6 filhos, dois rapazes e quatro raparigas.

Hoje, recorda esses tempos, com saudade, no meio de histórias que fizeram parte do seu dia-a-dia.

Os companheiros das cartas completaram a conversa e, também eles, recordaram esses tempos difíceis, mas cheios de simplicidade e encanto.

Temos as nossas aldeias cheias de gente com vivências extraordinárias que queremos trazer para o presente e deixar registado para o futuro.

Conceição Cardoso

 

 

Lameira D' Ordem

 

No passado dia 18 de Junho (quinta feira), os alunos das escola EB1 de Lameira de Ordem e do Jardim de Infância realizaram uma festa de encerramento do ano lectivo 2008/2009.

Tudo começou com a cerimónia de “bênção das pastas”, na capela de Lameira de Ordem com a presença do Sr. P. Ilídio.

De seguida, o almoço/convívio onde houve porco no espeto (oferecido pela Junta de Freguesia de S.Pedro do Esteval e pela Câmara Municipal de Proença-a-Nova), salgados e doces (oferecidos pelos pais). Com a presença dos pais, familiares, professores, Sr. Presidente da Câmara de Proença-a-Nova e Sr. Presidente da Junta de Freguesia e professor João Manso. Depois do almoço, houve coreografias e canções executadas pelas crianças da escola e jardim-de-infância.

 

 Inauguração do Centro Cultural e Recreativo

Teve lugar no passado dia 11 de Julho, a inauguração do Centro Cultural e Recreativo de Lameira d’Ordem. Depois de sofrer obras de melhoramentos e acabamentos, eis que finalmente toda a população se uniu em torno de uma obra que é hoje, o símbolo de gerações, cujo futuro se encarregará de preservar. A cerimónia de inauguração contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, João Paulo Catarino, do Presidente da Junta de São Pedro do Esteval, Luís Gonçalves e de toda a população que viveu um dos dias mais marcantes das suas vidas. O almoço foi preparado por famílias inteiras havendo trabalho para todos. Uns cozeram pão, outros fizeram tigeladas, bolos e na véspera e no dia partilharam a confecção do almoço.

Os pescadores foram à pesca que, por sinal, naquele dia até nem foi dos melhores. Conseguiram 20Kg, quando o normal é pescarem 50Kg. Mas, chegou para satisfazer os amantes do belo peixe do rio. As febras e a entremeada marcaram presença.

 

 

Uma herança cultural

Permita-me caro leitor que no enlevo desta festa de inauguração possa ir um pouco mais longe e tentar traduzir por palavras a emoção vivida neste dia.

Todos temos noção da cruel realidade que é a desertificação das nossas terras. Quem as viu e quem as vê! Uma realidade que avança e nos deixa a todos um pouco desesperados. Assistimos a um desenrolar de teorias e situações preconizadas muitas vezes por quem parece que não assenta os pés na terra. Não é um problema de fácil solução. No entanto isso não nos pode nem deve impedir de olhar para a realidade existente. E essa realidade começa nas próprias pessoas. Simples, humildes de fracos recursos literários, mas não menos sábias na sua experiência de vida enriquecida pelos anos que carregam uma sabedoria. Este dia mostrou como as pessoas sabem valorizar as pequenas coisas da vida. Viveram-se momentos de emoção e pudemos constatar isso falando com as pessoas mais ligadas à construção da casa e como eles próprios ficaram sem palavras perante a adesão das pessoas, o seu empenho, vindo gente dos quatro cantos do mundo. A propósito dos cantos do mundo, não resisto em salientar a conversa que tive com alguém a quem a experiência de vida já muito ensinou e que perante a emoção do momento ousou divagar pela história dos nossos antepassados.

Dizia ele que “nós somos descendentes daqueles que há 600 anos, ninguém dava nada por eles, e partindo ao encontro de paragens desconhecidas, abrindo novos mundos e rasgando horizontes, abriram as portas para aqueles que hoje, se esquecem de quem foi o autor dessa façanha.” Continuou, do alto da sua emoção, elogiando o povo destas aldeias que na sua humildade, sabedoria, sabe fazer união, sabe viver de acordo com valores que o passado deixou e que hoje, nestas simples terras, continuam a fazer a viragem século após século. Percebemos o que queria dizer, de gente simples saem grandes coisas, e podemos orgulhar-nos de pertencer a este povo, a quem não se engana com facilidade e que sabe distinguir o trigo do joio. Tal como há alguns séculos atrás, da união de um povo e dos sacrifícios que fez e das vidas que se perderam se fizeram grandes coisas, também hoje nas nossas terras se fizeram grandes feitos, antes quase inimagináveis, mas afinal bem possíveis. Foi assim a festa de inauguração da casa que é de todos e que definitivamente marcou a história destas duas aldeias, onde os presentes e os ausentes noutras paragens se juntaram num convívio onde a alegria e boa disposição andaram de mãos dadas. Não podemos terminar sem salientar como seria bom que ao longo da nossa vida pudéssemos seguir esta união e empenho, e deixarmo-nos de falsas modéstias.

 

Conceição Alves