Escritor proencense já vai para o segundo livro

31-10-2014 11:52

A escrita na vida do Bruno

 

es é um jovem que “esconde” um talento que agora queremos desvendar. Duma simplicidade contagiante, o Bruno escreveu um livro (romance) com 678 páginas (não se assuste) pois quem já leu quer mais. Não procura protagonismo, apenas faz aquilo que sempre gostou de fazer, escrever. Antigo aluno da Escola Pedro da Fonseca, licenciado em Antropologia  pela Universidade de Coimbra, trabalha em Proença e é aqui que gosta e quer, por agora, fazer a sua vida.
Não podíamos deixar de levar aos nossos leitores esta revelação. É com muito orgulho que o fazemos. O Bruno sempre se viu a escrever, por isso a escrita surgiu na sua vida de forma natural. A disciplina de que sempre gostou mais foi o Português “sempre tive facilidade em escrever, sempre adorei ler e sempre escrevi desde pequeno e isso foi-me influenciando aos poucos”, disse.
Duma maneira mais séria e mais pensada vai nos 10 anos. Este é o primeiro livro, um romance, e para o Bruno “os livros devem contar sempre uma história e neste livro é uma história que está aqui contada”. Uma relação de imaginação misturada com a vida real. Diz o Bruno: “Eu acho que os livros são sempre uma parte de quem os escreve porque mesmo que seja imaginado, para se ter imaginado tem que se ter vivido ou pelo menos pensado algumas dessas coisas. Nessa perspectiva há no livro coisas que podem ter sido influenciadas por pessoas que conheci, embora não haja uma personagem completamente tirada duma pessoa, mas que tenha coisas de diversas pessoas”. Um livro com estas páginas não se escreve propriamente de um dia para o outro. E, como refere o Bruno: “fui escrevendo, dias em que escrevia mais, depois algum tempo parado, mas o facto de ser assim grande tem talvez que ver com o entusiasmo que fui tendo à medida que ia escrevendo”.
Há uma aspeto curioso, o Bruno escreve primeiro à mão e só depois passa para o computador. Diz ele que: “não me soa da mesma maneira. Tenho que ter uma folha de papel e uma caneta e estar, sentir-me a escrever e se precisar riscar, eu sei depois o que lá estava”.
Para publicar enviou o documento escrito para muitas editoras, e passou bastante tempo até ter uma resposta, mais de 6 meses, aliás, o Bruno até já estava esquecido, ou um pouco desligado. A dada altura recebeu duas respostas em simultâneo de duas editoras. Optou por aquela com a qual mais se identificava (Chiado Editora) e a partir daí o projecto  iniciou-se. “Da editora disseram-me que gostaram, que tinha todas as possibilidades de êxito, que se enquadrava no projecto que eles tinham para a editora e a partir daí começou todo o processo até à publicação”, explicou-nos.
As vendas estão a correr bem, atendendo a que, como o Bruno diz, “não sou propriamente um escritor conhecido e por isso considero que as coisas estão a correr bem”.
A leitura é crucial para a aprendizagem do ser humano. Neste campo, o Bruno salienta o papel que a família desempenha neste campo. É lá que vamos ganhar o gosto por ler e escrever e não apenas na escola.
Deixou uma mensagem aos nossos leitores. “Ler é importante, por todas as razões. Podemos conhecer o mundo sem sair de casa, abre perspetivas diferentes. Ler é pois muito importante, abre a mente das pessoas. Leiam e escrevam muito”.
Conceição Cardoso
 

A traição de Ariadne

Tudo se passa depressa, talvez demasiado depressa para o carater circunspecto de André. O tio moribundo faz uma revelação que descobre um segredo enterrado no passado. De súbito, tudo aquilo que conhecia se transfigura à sua frente e o mundo revela-se irreversivelmente alterado. Hesitante, o rapaz inicia uma viagem para esclarecer o segredo. Mas todos os segredos exigem um preço a pagar…
Narrada na primeira pessoa e num estilo intimista, a história desdobra-se em diversas cenas – finamente ligadas por um fio invisível – povoadas de personagens que se vêem confrontadas com as suas próprias fragilidades e que se debatem com uma desoladora solidão.