“Catequista, missão profética”

“Catequista, missão profética”

Realizou-se no passado dia 17 de Janeiro, na Sertã, no Santuário de Nossa dos Remédios, um dia de formação para os catequistas do Arciprestado da Sertã, com o tema: “catequista, missão profética”. O Encontro iniciou-se com a oração da manhã às 9H30 seguindo-se depois a apresentação do tema pelo Sr. Padre José António, do Secretário Diocesano da Catequese.
Começou por fazer uma resenha histórica do mundo de hoje das vantagens e desvantagens de todas as mudanças verificadas a vários níveis, como é o caso das novas tecnologias que nos tornam parte de uma “aldeia global”. Destacou o paradoxo em que hoje vivemos, “se por um lado favorece a grandeza do individuo, por outro cria ansiedade. Apesar da individualidade trazer vantagens não deixa de trazer insegurança”, por isso este mundo em que vivemos hoje exige de cada um maturidade. Relativamente à Igreja de hoje, o padre José António destacou que ela é a “Igreja do Credo – Una, Santa, Católica, Apostólica, todos os cristãos foram chamados a ser santos”. Depois falou do ser catequista e aqui acentuou que, “Jesus Cristo é o centro da catequese, para Ele tudo converge, d’Ele tudo deriva, por isso a finalidade última da catequese são as pessoas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo”.
Falou depois da catequese e evangelização, na medida em que se integram e se complementam reciprocamente. A catequese sucede a ação missionária uma vez que “é graças a ela que o primeiro anúncio é pouco a pouco aprofundado, desenvolvido, explicado e orientado para a prática cristã na Igreja e no mundo.” (CT 25).
Acentuou um aspeto que preocupa a igreja hoje, o facto de as crianças chegarem à catequese sem o primeiro anúncio, sem “terem feito esta adesão a Jesus Cristo”. Neste caso, referiu o padre José António, “a catequese tem que ajudar a fazer este despertar religioso dos catequizandos”. Destacou ainda outra função da catequese, “inserção do catequizando na vida da comunidade”. A catequese constitui assim uma fase de ensino e de ajuda a um amadurecimento da fé cristã “que passa inevitavelmente pela comunhão com os outros”, disse.
A catequese é, assim, “mais que um ensino, é um processo de iniciação à fé e à vida cristã em todas as suas formas. É um processo de iniciação à vida da Igreja e à celebração em Igreja, em todas as dimensões que ela tem, porque a Igreja é comunhão”, disse o padre José António.
Terminada a parte mais teórica e de formação a partir dos diversos documentos da Igreja, seguiu-se o almoço e a retoma dos trabalhos às 14H30.
A parte da tarde foi mais prática. Mais de uma centena de catequistas foram divididos em grupo e reflectiram sobre a catequese de hoje e até que ponto ela está a realizar a sua missão profética, em resposta às necessidades do mundo de hoje.
A resposta dos diversos grupos foi em sentido positivo, salientando o papel importante que a catequese desempenha hoje no nosso mundo. Destacaram os esforços feitos pela catequese no sentido de cumprir a sua missão profética. Não é uma missão impossível e a Igreja, segundos os catequistas, tem acompanhado a evolução da sociedade e procurado adaptar-se aos novos meios para através deles levar a mensagem do evangelho a todos.
Conceição Cardoso