“Como são grandes as tuas obras, Senhor, e os teus projectos, como são profundos…O imbecil não os compreende, o idiota não entende nada disso”

29-09-2011 18:53

Depois do período de férias de verão e na transição daquele período “morno”do ano pastoral para o novo ano, que requer sempre uma dinâmica pastoral “quente”, os cristãos das nossas paróquias (Proença-a-Nova, Peral, São Pedro do Esteval e Cardigos) celebram todos os anos a festa do agradecimento das colheitas, tomando como fundamento o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. É curioso e ao mesmo tempo estimulante ao longo do ano ter um momento peculiar para louvar e agradecer, em comunidade, ao Bom Jesus pelos benefícios recebidos e a sua acção amorosa por nós! Digo que é curioso porque estas nossas e muitas outras comunidades, na sociedade que se manifesta egoísta, não se limita a parafrasear, por exemplo, o salmo 92: “É bom louvar ao Senhor, e tocar ao teu nome, ó Altíssimo; (…) Como são grandes as tuas obras, Senhor, e os teus projectos, como são profundos…O imbecil não os compreende, o idiota não entende nada disso”. A realização das grandes obras de amor de Deus devem originar, por parte do homens, gestos expressivos de reconhecimento e de partilha evidentes na Eucaristia e procissão do Coração de Jesus.

       Depois de muitos de nós terem tido a graça de gozar um período de repouso, agora é tempo de orientar  a rampa de lançamento para um novo ano pastoral. Se é na paróquia que os crentes têm normalmente a oportunidade de alimentar e celebrar a sua fé, de viver e agir como cristãos, importa agora sentirmo-nos responsáveis na nossa paróquia e na Igreja, isto é, respondermos e prestarmos contas do compromisso com o qual fomos marcados pelo baptismo e pela confirmação. Ora, todos na nossa unidade pastoral (Cardigos, Peral, São Pedro do Esteval e Proença a Nova), ante um número diminuto de sacerdotes, já percebemos a urgência e a necessidade de usar e abusar daquilo que podemos chamar responsabilidade partilhada para cumprirmos a nossa missão: “tornar presente e patente nas pessoas, comunidades humanas e processos da história, a força original de Jesus”. Caso contrário, é muito provável ver depois as nossas capelas e igrejas entregues às ratazanas e a terrível consequência: “o homem e a mulher a adorar bestas”. Caros fiéis, evangelizar é agora a máxima urgência pastoral e a primeira necessidade vital da nossa Igreja, não apenas para assegurar o seu futuro, mas também para purificar o seu presente. Já agora, uma vez que evangelizar é anunciar a Boa-Nova de Jesus e particularmente vivê-la por meio do exercício da caridade pessoal e estrutural, que destaque ou vida damos ao livro dos livros que orienta isto tudo, a BIBLIA?

P. Ilídio Graça