“Prevenção de acidentes na criança: Para não ter de remediar… Há que prevenir!”

05-12-2010 21:37

“Agir para a mudança:Faça de si uma pessoa mais saudável!”

Como todos sabemos, as crianças não sabem medir os perigos e, como pais, adultos ou familiares, devemos estar alerta e protege-las dos perigos circundantes. É comummente sabido que para as crianças qualquer objecto se pode tornar num objecto de brincadeira (“brinquedo”) mais interessante do que aqueles que são criados especialmente para elas. E são os objectos mais pequenos a que devemos ter atenção, nomeadamente as rolhas de garrafas, os feijões, os botões, os pregos, os balões e pequenas peças amovíveis de brinquedos,  porque para elas qualquer objecto serve para colocar nos vários orifícios corporais (boca, nariz ou ouvido). É essencialmente em crianças até aos três anos de idade que estas situações poderão causar perda de audição, dor, ou até engasgamento e asfixia.

No entanto, apesar destas situações, são as quedas, os cortes, as queimaduras ou as intoxicações, os acidentes mais frequentes nas crianças. Para prevenir eventuais quedas deve atender-se à existência de escadas com corrimão para apoio, o piso não deve ser escorregadio, utilizar uma porta de protecção aos acessos para as escadas, usar grades ou redes de protecção nas janelas (principalmente nos pisos superiores), as cadeiras e as mesas devem estar bem seguras e com antiderrapante e o calçado usado pelas crianças deve ser adaptado e justo ao pé.

Os cortes são também muito frequentes, nestas faixas etárias, sejam por quedas ou acidentalmente com objectos cortantes. Para os prevenir guarde fora do alcance das crianças objectos pontiagudos e cortantes tais como facas, tesouras, chaves de fendas, utensílios de jardinagem ou outros objectos perigosos e nunca permita que as crianças brinquem com este tipo de objectos.

As queimaduras constituem outra situação muito frequente em crianças. É importante explicar à criança o que significa “quente” para que compreenda que está face a um perigo. Os cuidadores deverão estar sempre de vigia perante a criança de modo a que não fique sozinha na cozinha ou casa de banho e perante o manusear de panelas com água, óleo, sopa ou outros alimentos muito quentes. Não deixe o fogão ligado quando acabar de cozinhar, volte os cabos das panelas para dentro do fogão, para que elas não consigam pegar-lhes. Mantenha guardados ou fora do alcance destes, fósforos ou instrumentos que utilize para acender o fogão, ferros de engomar e os seus fios.

É muito importante, que mantenha fora do alcance das crianças, produtos perigosos, tais como medicamentos, bebidas alcoólicas, produtos de limpeza ou produtos tóxicos. Guarde-os bem, em locais de difícil acesso e em que possam ser utilizados fechos protectores que impeçam a abertura dos armários ou portas que guardam este tipo de produtos, de forma a evitar eventuais intoxicações.

Os afogamentos também são frequentes com os mais pequenos. Neste sentido, deverá estar muito atento a piscinas, rios, ribeiras, lagos, lagoas ou praias e evitar que as crianças brinquem sozinhas perto da água, nem que seja apenas por poucos minutos. Esteja atento às brincadeiras na água, uma criança pequena pode afogar-se rapidamente e em poucos litros de água. Se tem piscina em casa, use vedação adequada ou tela de protecção. Peça à sua criança, sobretudo se não souber nadar que use sempre braçadeiras ou coletes.

Deverá igualmente estar atento às tomadas eléctricas, já que as crianças adoram colocar os dedos ou objectos nestas. Neste sentido, as mesmas deverão ter ligação a terra e sempre que possível use protecção adequada e facilmente adquirida num supermercado para as tomadas, para evitar choques eléctricos e electrocussões.

Os sacos plásticos, os fios ou cordões, as pastilhas elásticas ou os rebuçados, são também objectos a ter em atenção e que podem causar engasgamento ou asfixia. Proteja os cantos das mesas e dos móveis para evitar eventuais traumatismos por parte da criança.

A prevenção e antecipação dos perigos é essencial para evitar acidentes e estes devem ser a base da vigilância dos adultos responsáveis.

Explique ao seu filho, familiar ou amigo a razão porque não são permitidos determinados comportamentos alegando: idade, segurança, responsabilidade, tipo de perigo que corre. Se ele perceber o porquê será “meio caminho andado” para que não adopte esse comportamento. Lembre-se que nunca é demais para estar atento!

Em caso de dúvida ou sempre que necessitar recorra ao seu enfermeiro de família ou na sua inexistência aos enfermeiros do seu Centro de Saúde. Vivemos a nossa profissão em prol dos nossos utentes/doentes! Estamos para vos servir.

As enfermeiras:

Daniela Martins, Liliana Duarte, Maria de Fátima Morgado, Maria Hermínia Manso e Paula Agostinho.