Abençoada mãe e n’Ela todas as mães

14-05-2014 19:15

Maio é recorrentemente o mês que nos devolve o sol, é o mês florido e luminoso que nos projeta e convida a grandes atitudes, desafios e festividades. Maio é na Igreja Católica o mês de Maria Mãe de Jesus e Nossa Mãe. E é em Portugal e para os milhões de fiéis cristãos o mês dedicado a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.  Mas Maio é também tempo para valorizar o trabalho e a dignidade que lhe deve ser dada, trabalho que deve ser visto como acto possível de oração e trabalho que deve ser executado dignamente, a exemplo de S. José, como meio para a sustentação da família e caminho para a santificação, trabalho que deve ser realizado como um bem imprescindível não só para nos mantermos, a nós e à nossa família, mas também para contribuirmos para o crescimento do próprio mundo. Trabalho que ainda que apenas de lide doméstica nos leve à Santidade, a exemplo da humílima atitude de Maria no espaço da família de Nazaré. Na verdade, a família de Nazaré deve ser para nós um modelo vivo de Família que honra o trabalho e dele faz louvor a Deus.
No primeiro domingo de Maio comemoramos o dia da mãe. As mães que Deus escolheu para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Ainda que sintamos que o dia da mãe é sempre. Sim, a Mãe não tem férias, assim como não tiramos férias de Deus. Isso percebemos com a Virgem Maria. Maria que foi esposa fiel, Mãe assumida na educação de Seu Filho Jesus. Ela, Maria, é a Mãe cuidadosa e amorosa com os seus filhos. Estes filhos que Maria aceitou desde logo quando disse o “Fiat” na Anunciação ao Anjo Gabriel e depois na figura de João todos os membros da Igreja de Cristo, em resposta a Seu Filho Jesus que do alto da Cruz lhe disse: “Mulher, eis aí o teu filho!”  E virando-Se para João lhe diz: “Filho, eis aí a tua mãe!” (Jo 19, 26-28).
Maria enquanto Mãe de Jesus esteve sempre lá ao longo dos 33 anos de Presença de Cristo na Terra. Maria acompanhou e certamente confortou o Seu Filho Jesus nas horas de tormento. E lá estava aos pés da cruz. E também Maria estava no Cenáculo no dia de Pentecostes. Sem dúvida que muitos cristãos têm esta experiência da presença de Maria nas suas vidas, do conforto que encontram pela intercessão da Virgem Maria Rainha dos Céus e da Terra. Por isso, não passam um dia sem rezar o terço, como pedido em Fátima pela Senhora do Rosário. Visto que Ela como uma boa Mãe permanece próxima de nós, para que nunca percamos a coragem diante das adversidades da vida, perante as nossas debilidades e pecados: fortalece-nos e aponta-nos o caminho do seu Filho. Aliás, sabemos que conhece toda a nossa situação, porque como mulher, viveu muitos momentos difíceis na sua vida, desde o nascimento de Jesus, quando não havia lugar para eles na hospedaria (Lc 2,7), até ao Calvário (Cf. Jo 19,25). É agradável verificar que neste tempo de entre paredes de muitos lares, capelas, igrejas sobem dos corações dos cristãos até Maria a homenagem mais ardente e afetuosa da prece e da veneração. E é também o mês em que mais copiosos e mais abundantes descem até nós, do seu trono, os dons da misericórdia divina. No entanto seria bom que aqueles que ainda não têm este hábito aproveitassem, sobretudo neste mês, para em família, com os amigos, na comunidade da capelania ou na igreja matriz, rezar o Santo rosário ou alguma oração a Jesus e a Maria! Porque a oração recitada juntos é um momento precioso para tornar ainda mais sólida a vida familiar, a amizade! Muito nos agrada e consola este piedoso exercício, tão honroso para a Virgem e tão rico de frutos espirituais para o povo cristão. Maria é sempre caminho que leva a Cristo.
Nenhum encontro com Ela pode deixar de ser encontro com o próprio Cristo. E que outra coisa significa o recurso contínuo a Maria senão procurar entre os seus braços, nela, por ela e com ela, Cristo nosso Salvador, a quem os homens, no meio dos desvarios e dos perigos da terra, recorrem na constante necessidade e provações da vida? Porque lá no fundo todos acreditam que em Jesus e em Maria encontram porto de salvação e fonte transcendente de vida!
E aproveitando a ocasião favorável que é o mês de Maio, mês de Maria mãe de Jesus e Nossa Mãe, não deixeis de inculcar, com a maior insistência, a reza do Santo Rosário, oração tão agradável à Virgem Maria e tão recomendada pelos Sumos Pontífices. Por meio dela, podem os fiéis cumprir, da maneira mais suave e eficaz, a ordem do Divino Mestre: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto” (Mt 7,7).  A este propósito o Pontífice recordou «um dito popular» segundo o qual «cada homem, na vida, deve deixar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro: esta é a melhor herança». O Papa convidou cada um a perguntar-se. «Que herança deixo eu aos que vêm após mim? Uma herança de vida? Pratiquei tanto o bem que o povo me quer como pai ou como mãe?». Talvez não «tenha plantado uma árvore» ou «escrito um livro», mas dei vida, sabedoria?». A verdadeira «herança é a que David» revela ao dirigir-se no momento da morte ao seu filho Salomão com estas palavras: «Sê forte e mostra-te homem. Observa a lei do Senhor, teu Deus, procedendo pelos seus caminhos e praticando as suas leis». Assim as palavras de David ajudam a compreender que a verdadeira «herança é o nosso testemunho de cristãos deixado ao próximo».
Fruto da Educação Cristã, acontece na vida do cristão aquele primeiro passo após o baptismo: a primeira comunhão. É por isso que geralmente, quando nos aproximamos deste Sacramento, dizemos que «recebemos a Comunhão», que «fazemos a Comunhão»: isto significa que no poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística nos conforma com Cristo de modo singular e profundo, levando-nos a prelibar desde já a plena comunhão com o Pai, que caracterizará o banquete celestial, onde juntamente com todos os Santos teremos a felicidade de contemplar Deus face a face.
Estimados amigos, nunca daremos suficientemente graças ao Senhor pela dádiva que nos concedeu através da Eucaristia! Trata-se de um dom deveras grandioso e por isso é tão importante ir à Missa aos domingos. Ir à Missa não só para rezar, mas para receber a Comunhão, o pão que é o corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa e nos une ao Pai. É bom fazer isto! E todos os domingos vamos à Missa, porque é precisamente o dia da Ressurreição do Senhor. É por isso que o Domingo é tão importante para nós! E com a Eucaristia sentimos esta pertença precisamente à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca compreenderemos todo o seu valor e toda a sua riqueza. Então, peçamos-lhe que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a plasmar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o Coração do Pai. E fazemos isto durante a vida inteira, mas começamos a fazê-lo no dia da nossa primeira Comunhão. É importante que as crianças se preparem bem para a primeira Comunhão e que cada criança a faça, pois trata-se do primeiro passo desta pertença forte a Jesus Cristo, depois do Batismo e da Crisma. Também dando estes passos confortamos o coração Imaculado de Maria e o de Seu Filho Jesus! Para Ela são flores de Amor e por Ela exteriorizamos o nosso Amor a Jesus e por Ele e n’Ele a Deus Pai!
Neste mês de Maio e para toda a vida, tomemos Maria por modelo e digamos: Bendita Mãe e abençoadas sejam todas as mães do mundo!          Pe. Ilídio Graça