Coeducação ou Educação Diferenciada?

19-11-2014 17:22

Uma das maiores responsabilidades de cada geração é a educação das gerações seguintes. Por educação não podemos entender, apenas, a transmissão de saberes, mas todo um conjunto de procedimentos que nos levam a considerar que alguém é bem ou mal educado.
Fixando-nos apenas no primeiro aspecto, isto é, na transmissão de conhecimentos, é preciso recuar muitos anos para encontrar aquilo a que hoje se chama Educação Diferenciada nas Escolas públicas.
Este tipo de organização manteve-se em algumas escolas privadas e também nas escolas dependentes do Estado Maior do Exercito a saber Colégio Militar, Instituto de Odivelas e Instituto Militar dos Pupilos do Exército.
 Nesses tempos mais antigos as crianças frequentavam juntas - rapazes e meninas - os infantários e a partir da primária, estudavam em separado - escolas para meninas e escolas para rapazes - voltando a encontrar-se nas Faculdades.
Após o 25 de Abril de 1974 houve que mudar tudo e foram muitos os argumentos para justificar que as escolas deveriam ser mistas em todos os níveis.
Como acontece muitas vezes no nosso País, não houve um estudo sério e não foram ouvidos os argumentos de muitos pedagogos que dedicaram a sua vida ao estudo dos problemas do ensino, não movidos por princípios ideológicos mas sim pela consideração das diferenças profundas que há entre adolescentes do sexo feminino e do sexo masculino.
Está provado que as meninas “amadurecem” mais cedo, têm pois condições melhores para a progressão na aquisição de conhecimentos que só vêm a ser semelhantes aos rapazes por volta dos 18 anos.
Por outro lado, a adolescência é o período da vida em que há mais insegurança embora queiramos mostrar que sabemos tudo e também há o despertar para muitos problemas que poderão ser resolvidos com a ajuda e informação dos Pais ou, na falta destes, dos Professores.
O facto de estarem em conjunto nas aulas e fora das aulas pode originar problemas graves que resultam da falta de maturidade dos jovens e da maior facilidade de se encontrarem sem a presença de adultos que os ajudem.
O argumento que foi muito apresentado, de que era necessário que rapazes e raparigas se desenvolvessem em paralelo, não é importante a nível escolar, porque na Família eles podem conviver de forma sã.
A Escola deve ser para estudar e desenvolver o sentido de responsabilidade que leva os alunos a considerar que devem estudar com seriedade, fazer os seus trabalhos de forma honesta e assim adquirirem os conhecimentos e hábitos de trabalho que lhes serão muito úteis na vida adulta.
Os ritmos de aprendizagem de rapazes e raparigas são diferentes; então será mais vantajoso que o estudo se efectue nas melhores condições para que se atinjam os objectivos.
Como professora que trabalhou nos dois sistemas, não tenho dúvida que a Educação Diferenciada produz muito melhores resultados e com menores riscos.
                                          Margarida Raimond - Professora