Dia Mundial das Missões - Ressonâncias da Mensagem Pontifícia

17-10-2011 18:32

Este ano o Dia das Missões celebra-se no próximo dia 23 de Outubro. Para essa ocasião, o Santo Padre Bento XVI enviou uma Mensagem a toda a Igreja que, “enviada por Deus a todas as gentes (…), procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens” (Ad Gentes, 1).

Citando o versículo do Evangelho de S. João “como o Pai me enviou, também Eu vos envio” (Jo 20, 21), o Santo Padre introduz o tema, recordando o seu saudoso predecessor, o Venerável Papa João Paulo II, sublinhando “a necessidade de renovar o compromisso de levar a todos a animação do Evangelho com o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora” (Carta Apostólica Novo Milenio Ineunte, 58), acrescentando, de seguida, que “o anuncio incessante do Evangelho vivifica também a Igreja, o seu fervor e o seu espírito apostólico…”.

Depois da introdução do tema desenvolve quatro pontos:

Primeiro: “IDE E ANUNCIAI”

Neste primeiro parágrafo, reiterando o mandato universal de Jesus ressuscitado “Ide e ensinai…” (Mt 28, 19), salienta que é na liturgia e mormente na celebração da Eucaristia que ele se realiza. A liturgia é sempre um chamamento “do mundo” e um novo envio “ao mundo”.

Segundo ponto: Destinatários: TODOS

Recorrendo ao decreto sobre a actividade missionária da Igreja escreve: “A obra da Igreja em adesão à Palavra de Cristo e sob o impulso da Sua graça e da Sua caridade faz-se plena e actualmente presente a todos os homens e a todos os povos para os conduzir à fé de Cristo” (Ad Gentes, 51). De seguida realça a urgência e a necessidade da Missão recordando João Paulo II “A Missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu cumprimento…Uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço” (Missão do Redentor, 1) e termina este segundo ponto com uma reflexão preocupante, não apenas, porque, após dois mil anos, ainda existem povos que não conhecem ou não ouviram a Mensagem de Cristo, mas também porque aumentou “o número daqueles que, embora tenham recebido o anuncio do Evangelho, já o esqueceram e abandonaram, já não se reconhecem na Igreja; e muitos ambientes também, em sociedades tradicionalmente cristãs, são hoje resistentes a abrir-se à Palavra da Fé”.

Terceiro ponto: CORRESPONSABILIDADE DE TODOS

Neste terceiro ponto fica bem claro que a missão deve empenhar a todos como escreve o Santo Padre “A Missão universal empenha a todos, tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas constitui uma dádiva a compartilhar, uma boa notícia a comunicar. Este dom-compromisso é confiado não apenas a alguns, mas sim a todos os baptizados, que são “a gente escolhida… a nação santa, o povo que Ele adquiriu” (1ª Pd 2,9), para que proclame as suas obras maravilhosas”.

Refere, seguidamente, a importância “de todas as actividades e de toda a cooperação para a obra evangelizadora da Igreja no mundo”, destacando entre essas o dia Mundial das Missões que “não constitui um momento isolado no curso do ano mas é uma ocasião preciosa para nos determos e meditarmos se e como respondemos à vocação missionária: uma resposta essencial para a vida da Igreja”.

Quarto ponto: EVANGELIZAÇÃO GLOBAL

Neste último ponto o Santo Padre refere-se à complexidade da Evangelização que abrange vários elementos. Em primeiro lugar a solidariedade (o sublinhado é nosso) que é uma das finalidades das obras Missionárias Pontifícias para angariar fundos “para apoiar Instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja por meio dos catequistas, dos seminários e dos sacerdotes; e também oferecer a própria contribuição para o melhoramento das condições de vida das pessoas em países onde são mais graves os fenómenos de pobreza, sub alimentação – sobretudo infantil -, doenças, carência de serviços médicos e para a educação” e para reforçar esta missão da Igreja recorda o que a esse propósito escreveu o Papa Paulo VI: “que na Evangelii Nuntiandi diz que não devem descuidar-se os problemas temporais da humanidade o que significaria “ignorar a doutrina do Evangelho sobre o amor ao próximo que se encontra em necessidade”; e também “não estaria em sintonia com a missão de Jesus Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem ensinando nas sinagogas pregando a Boa Nova do Reino e curando todas as doenças e enfermidades” (Mt 9,35).

O Santo Padre conclui o penúltimo parágrafo da Mensagem para o Dia Missionário Mundial apelando a todos os fiéis à “participação corresponsável na Missão da Igreja” e tornando-se assim construtores “da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos concedeu”.

Os desafios que ela encontra chama os cristãos a caminhar juntamente com os outros.  Apela ainda à unidade quando convida “os cristãos a caminhar juntamente com os outros” para colaborarem “na realização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade”

Que o dia Mundial das Missões sirva para que cada leitor descubra a sua vocação missionária!

J. Francisco