Firmes e valentes testemunhas da fé

04-12-2013 17:22

Mártires do Século XX na Espanha

 

Este é um momento chave para afirmar o que aconteceu há poucos dias em Tarragona, cidade de Espanha, pertencente à comunidade autónoma da Catalunha. Trata-se da maior beatificação coletiva da história da Igreja.
Sim, na celebração litúrgica presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e representante do Papa, Cardeal Angelo Amato, foram elevados à glória dos altares 522 mártires da perseguição religiosa ocorrida na Espanha dos anos 30 do século XX. Cerca de 30 mil fiéis deram corpo a esta cerimónia, intitulada “Os Mártires do Século XX na Espanha, firmes e valentes testemunhas da fé”.
Nos tempos em que a Igreja continua a ser alvo de acusações infundadas; em que se verifica um sucessivo aumento das perseguições com base no credo; em que aumenta a recusa da fé e o número dos que se dizem ateus; em que proliferam as seitas, superstições, medos, perseguições, com o consequente e crescente avolumar de problemas de desajustamento pessoal e social, celebrar a beatificação dos 522 valentes testemunhas da Fé, é mais um grito de Esperança: “Não desanime diante dos obstáculos e das dificuldades. Seja firme! Pois “Na verdade, na verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica ele só. Mas, se morrer, dá muitos frutos.” (Jo 12, 24). O Nosso Deus é Soberano e manifestará, em breve, a Sua glória e o Seu poder em nós e através de nós”!
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11,1). E assim foram os beatos mártires da perseguição religiosa ocorrida na Espanha, porque foram cristãos que “o foram até ao fim” (Papa Francisco), mártires que como São Paulo de Tarsos reclamam ser modelos para nós. O mundo reclama cristãos que pelo exemplo íntegro e o olhar voltado para Deus apontem o caminho a seguir à maneira dos luzeiros que iluminam os trilhos durante a noite!
Também o Ano da Fé (cujo encerramento diocesano será no dia 24 de Novembro em Portalegre) se revelou luzeiro da nossa fé, feito convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. O ano da Fé foi uma grande oportunidade para refletir a Igreja e redescobrir a fé professada; revelou-se como oportunidade para intensificar a celebração da fé na liturgia, dando especial tónica para a Eucaristia.
E se é verdade que “Não há vento favorável para aquele que não sabe para onde vai” (Séneca, séc.IV a.C., Roma), para nós, cristãos de fé, que caminho tomar, portanto, depois da experiência do Ano da Fé? E depois de olharmos para o ato valente dos mártires e de muitos outros santos e santas de Deus, como não encontrar o rumo da fé em Cristo?
O Papa Francisco numa das suas alocuções propôs uma Igreja de “portas sempre abertas”, não só para que “cada um possa aí encontrar acolhimento” mas também para que os seus membros possam “sair” e levar ao mundo o amor e a esperança.  Urge a necessidade de modelos de fé credíveis e tangíveis aos nossos olhos neste mundo tão carente de testemunhos cristãos.
Quem deseja o prémio oferecido por Jesus Cristo – a felicidade, a salvação – deve saber por qual caminho seguir. Tomemos a sério este Jesus de Nazaré que indubitavelmente disse: “Tende confiança, Eu já venci o mundo.” (Jo 16, 33)                                               Pe. Ilídio Graça