MEC/MECDAP em formação

31-03-2015 12:05

O múnus e a vocação do Ministro Extraordinário da Comunhão estiveram no centro da reflexão e debate em que, no dia 21/março, participou uma centena de Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC) e Ministros Extraordinários da Celebração Dominical na Ausência do Presbítero (MECDAP), em encontro promovido pela equipa da liturgia do arciprestado da Sertã.
Após o acolhimento e reza da oração da manhã em forma de laudes, o Padre José Afonso dissertou sobre o tema «A minha vocação no serviço a Deus na comunidade cristã». Em contextualização da missão e papel do MEC/MECDAP, o Pe Zé Afonso fez recordatória do compromisso de investidura nos termos do ritual MEC/MECDAP. Em alusão ao serviço na igreja e na comunidade, e dizendo que “sempre nos sentimos pequenos numa igreja que está em mudança num mundo sempre em mudança,” para logo lembrar: “Vós aceitastes um desafio que certamente vos faz sofrer… mas vós sois uma parte importante da igreja nesta zona, para serdes fermento, quem sabe se alguns de vós com outras funções apostólicas.” A sustentar o sentido de missão no serviço de MEC/MECDAP, foi proclamada e atentamente escutada a palavra do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas: «Jesus manda lançar as redes…farei de ti pescador de homens» (Lc 5, 1-11). A propósito foi dito à assembleia de MEC/MECDAP: “também vós pregais quando levais Jesus, quando na igreja distribuis a comunhão, visitais um doente… sempre que exerceis o ministério.” Esta mensagem foi em seguida ilustrada com a homilia do cardeal Bertone para a jornada mundial do doente na memória de Maria, Nossa Senhora de Lourdes, 11 fev2005, Génova, Catedral de São Lourenço, com destaque para as seguintes palavras: «vós sois bom samaritano sempre que levais Jesus e visitais o doente. Vós tendes a missão de nas vossas comunidades amar principalmente os doentes, os mais débeis.» Na perspectiva do exercício santificante e santificador do ministério na igreja, reflectiu-se profundamente sobre a vida espiritual do MEC/MECDAP, fundada na empatia e intimidade quotidiana com Cristo no Santíssimo Sacramento.
Abordou-se em seguida o tema “A EUCARISTIA: JESUS PARA NÓS”, com enfoque na entrega total e sofrimento de paixão de Jesus por nós, e ainda na certeza de que «Sempre que celebramos a eucaristia vivemos o êxodo de Jesus, mistério da Eucaristia em que nós acumulamos palavras para exprimir alguma coisa que está para lá do nosso entendimento, pedindo ao Senhor que transforme em eucaristia a nossa vida.»
No passo seguinte da reflexão temática o foco esteve no duplo questionamento: “E nós para a Eucaristia? O que fazemos nós pela eucaristia?” A que se respondeu assertivamente: na eucaristia devemos deixarno-nos amar… Frente à eucaristia devemos deixar-nos salvar, purificar por Jesus, deixar que seja Ele a fazer tudo e receber a sua vida com gratidão. A medida da nossa autoestima deve ser o amor de Deus por nós. E Ele ama-nos imensamente…É ele que vem ao nosso encontro.
No desenvolvimento da espiritualidade explicitou-se então o culto espiritual, desde logo na celebração da eucaristia de onde vem o convite a celebrar o culto espiritual (rom. 12, 1) reforçado no desafio de S. Paulo aos efésios: «fazei-vos imitadores de Cristo», e desse modo “caminhai na caridade, quer dizer, vivei o culto espiritual” «unindo-vos a Cristo» (Pd,2,4-5,9).  na celebração da eucaristia e prática das obras de misericórdia.
O Culto
Eucarístico
 
A partir do princípio de “como o nosso sofrimento é muito importante quando oferecido a Deus-Pai”, e no plano do culto eucarístico, foram apresentados os testemunhos de duas místicas: Alexandrina de Balazar, portuguesa, e a francesa Marthe Robin, mulheres católicas estigmatizadas e que viveram, respectivamente, 13 anos e 50 anos alimentadas só com a comunhão eucarística.
O último tempo da manhã foi dedicado ao serviço do MEC na PASTORAL dos DOENTES, reflexão que foi feita com base na homilia de São João Paulo II, Papa, para o ano 2000 no jubileu dos doentes e ainda na análise da Mensagem do Papa Francisco para o XXIII dia mundial do doente 2015 sob o Tema: Sapientia cordis (Sabedoria do Coração) “Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo” (job 29,15). Das palavras do Papa Francisco foram destacadas as seguintes ideias-chave: Sabedoria do coração é servir o irmão.
Sabedoria do coração é estar com o irmão. Sabedoria do coração é servir o irmão.
Sabedoria do coração é ser solidário com o irmão, sem o julgar.
No contexto, deu-se então lugar a primeira partilha e reflexão das experiências dos MEC na visita a doentes, de que se regista a sensibilidade e emoções fortes vividas na visitação e também a espiritualidade encontrada nos doentes que ansiosamente esperam pela sagrada comunhão em casa ou no lar/centro de dia. Após o almoço-convívio, este mesmo partilhar de acção apostólica marcou a tarde, sob a orientação de Alfredo Serra (MECDAP e membro da equipa da liturgia do arciprestado da Sertã), tempo que foi propício também a esclarecimentos sobre práticas e aprofundamento doutrinário inerentes ao ministério dos MEC na Igreja e na comunidade.
O encontro dos MEC/MECDAP terminou às 16h30, com a bênção dos participantes no final da adoração ao Santíssimo Sacramento, na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
AlfBernardo Serra