Nada de novo debaixo do sol

16-07-2014 18:45

Tudo na vida tem um tempo e a vida quer-se vivida a seu tempo. Transversal a todas as civilizações, culturas e tradições, sempre o Homem viveu submergido no limitado espaço de tempo que confinou a sua existência. Um tempo sentido, um tempo sonhado e a, seu tempo, um tempo concretizado.
A nostalgia do tempo que já foi e a esperança ou ânsia do tempo que há-de vir, limitam o nosso espaço de tempo e definem aquilo a que, muito simplesmente, chamamos existir.
A cadência do fluir dos nossos dias pautam o ritmo do nosso coração e impelem-nos à concretização dos ideais em tempos sonhados. Vivemos ao ritmo dos tempos mas, é importante que sejamos senhores do nosso tempo e não escravos dum ritmo dum tempo sem tempo.
A fugacidade ou a vertigem destes alienantes tempos, coarctam-nos a possibilidade da abrangência duma plenitude num tempo sem fim, porque o homem não é o Autor do Tempo. Todavia, aproveitar o tempo será uma arte de bem viver, pois a vida também é um tempo de merecer, de agradecer e de preparar outro tempo, o qual, porque está para além do tempo, não tem limite nem fim e também já não se chama tempo mas, tão só, Eternidade.
É da riqueza das marcas dos tempos que reza a história feita pelos homens e dela nos fala o livro:” Medição do Tempo” em Torres Vedras, da autoria de José Mota Tavares, José António Madruga e Carlos Guardado da Silva.
Creia o leitor que não perde o seu tempo se lhe dedicar o tempo necessário à sua leitura, compreensão e admiração.
Afinal todos somos frutos do nosso tempo, porém, a nossa intervenção no fluir dos tempos, é um acto de cidadania que acrescenta mais saber ao tempo presente, enaltece os tempos passados e enriquece os tempos vindouros.
Cientes desta certeza estiveram, seguramente, os autores desta obra, pois, “ nada de novo debaixo do sol”, excepto o esforço, a dedicação e o empenho dos que oferecem o seu tempo e se lançam na epopeia de compreender e integrar a ”harmonia do universo”.
Maria Susana Mexia