Natal

26-12-2011 10:43

À medida que, em cada ano, as folhas do calendário vão passando, mais o 25 de Dezembro se aproxima com o pomposo título de Natal, palavra bem conhecida de todos nós.

Lembro-me dos votos expressos em Natais, já longínquos no tempo: “Paz na terra aos homens de boa vontade!”

No entanto, ao recordar esses tempos, interrogo-me: __ Onde está a boa vontade? Estará na crise de valores que se instalou na vida social e política, em que cada um procura o seu próprio interesse, em esquemas que favorecem o poder e o próprio egoísmo? Será que estas palavras foram  banidas do dicionário?

Ao debruçarmo-nos sobre a ciência, concluímos que esta responde a muita coisa, mas não responde à totalidade do homem, porque este também precisa da tal boa vontade, que parece perder-se no mundo de hoje.

Mas, se pensarmos um pouco, encontramo-la na mensagem de Cristo, na simplicidade do presépio, na adoração dos Reis Magos.

No momento em que a palavra “Crise” nos atinge até à exaustão, mesmo por aqueles que a não sentem, pensamos que existe realmente uma enorme crise de valores morais e pessoais, em que todos nos vamos afundando, ao olhar como principal e fundamental meta, a satisfação soberana dos nossos interesses egoístas, a verdade das nossas conveniências.

De acordo com a fé cristã , o caminho da boa vontade que também  podemos traduzir por bondade trouxe Deus ao mundo dos homens, embora dê a impressão de que estamos a esquecer aquela célebre frase: “Faz aos outros o que desejas que te façam a ti, ama o próximo como a ti mesmo!”

Apesar de tudo, sentimo-nos felizes, porque o Natal volta e voltará sempre com a sua mensagem de boa vontade, caminhando por caminhos difíceis, avançando por cima da cinza e da poeira os mitos, mas com renovadas atenções a convergirem para o nascimento do Salvador.

Otilina Silva-Escritora