“O Encontro da Floresta”

29-07-2014 15:44

4º Encontro da Associação  de Produtores Florestais e Agrícolas do concelho de Proença-a-Nova
 

Foi desta forma que o presidente da Associação de Produtores Florestais e Agrícolas do concelho de Proença-a-Nova, Sr. Marcolino Farinha Nel, iníciou mais um Encontro, o quarto, como sendo o “Encontro da Floresta” e que decorreu no passado dia 13 de Julho, no espaço junto à praia fluvial da Aldeia Ruiva.
O Encontro iniciou-se com a missa celebrada pelo Sr. Padre Ilídio, seguindo-se o almoço e a tarde recreativa.  
A Associação foi fundada há 14 anos e tem neste momento cerca de 600 sócios. Tem vindo a crescer, mas o esforço que a Associação tem feito para que isso acontecesse também tem sido grande, como referiu o seu presidente: “há dois anos pedi aqui neste mesmo encontro que os sócios se esforçassem por arranjar 500 associados e agora já conseguimos ultrapassar esse número”.  Esse aumento de sócios superou as próprias expetativas dos responsáveis da Associação e, segundo o Sr. Marcolino, devem-se em grande parte “ao nosso interesse pela floresta, à maneira como nós aceitamos as dificuldades dos associados e resolvemos os problemas deles”. O preço que praticam para limpeza da floresta também é, segundo Sr. Marcolino, convidativo, “o preço que é praticado é inferior aos preços praticados aí pelos particulares”, esclareceu.
Relativamente à situação da floresta, o Sr. Marcolino manifestou alguma desilusão, pois como ele próprio refere: “a floresta deste país tem estado um pouco esquecida, os políticos não se têm interessado muito, por isso temos que ser nós os proprietários a unirmo-nos”. A razão porque isso acontece é algum alheamento por parte do poder politico relativamente à floresta. O Sr. Marcolino salienta “a oportunidade perdida quando dos incêndios de 2003 e das promessas de reflorestar e de criar uma floresta moderna, com aceiros para proteger os fogos  e preparada para fazer a limpeza mecânica que fica muito mais barata que a limpeza manual, e nada foi feito. Isto gera nos produtores florestais bastante desânimo”. Ainda segundo ele, este encontro é muito importante “pois ajuda-nos a lembrarmo-nos que a floresta existe, para não nos esquecermos dela”. Além disso, destacou a necessidade de percebermos de uma vez por todas a importância que a floresta tem e por isso já está a tratar de “fazer um estudo sobre a rentabilidade do medronheiro, do pinheiro, do eucalipto e de todas as espécies florestais, de tudo o que se pode colher da floresta além da madeira, porque há muitos recursos que não são aproveitados”. Pela experiência que tem ao longo de muitos anos, a “floresta tem rentabilidade, disso não tenho dúvidas nenhumas. O problema é que as pessoas por vezes não a exploraram da melhor maneira, esquecem-se dela, só vão ver quando é que dá corte e é preciso visitá-la para outros fins que não apenas colher os frutos”.
Outro aspeto que preocupa a Associação e que estão a tratar de dar solução, prende-se com o facto de muitos associados estarem fora e não conseguirem vender o produto, por isso, disse: “nós encarregamo-nos da venda dessa floresta. Vamos criar uma bolsa de madeireiros que irão gerir propostas em carta fechada e ver quem dá mais e apresentamos aos nossos associados”.
Para ser sócio da Associação tem que pagar uma jóia de 25 euros de inscrição e depois consoante os hectares que tiver (dois euros e meio por hectare por ano). As vantagens são bastantes, adiantou dizendo: “aqui na nossa freguesia penso que é a única entidade que está preparada para realizar todos os trabalhos que digam respeito à floresta e à agricultura. Por outro lado praticamos a metade do preço normal que um particular pratica porque temos ajudas do estado, pois de outra maneira não seria possível”.
No final o Sr. Marcolino fez um apelo às pessoas para que “estejam vigilantes, quando há um incêndio  participar às autoridades, evitar as queimadas nesta altura do ano, que não se podem fazer, mas por vezes ainda acontecem e temos que evitar a propagação”.
Há equipas de sapadores florestais pelo concelho que estão em sintonia com as equipas da Câmara e da Junta  num trabalho concertado “para que se pudesse fazer uma cobertura de toda a zona do concelho. Os sapadores e as equipas de vigilância têm feito um excelente trabalho  de que muitas vezes as pessoas não se apercebem mas que é decisivo para dominar os incêndios logo à nascença”.

Conceição Alves