O Papa em Espanha

19-11-2010 10:05

 

Durante os dias 6 e 7 de Novembro, o papa Bento XVI, visitou S. Tiago de Compostela e Barcelona. Uma viagem pastoral, cujos temas centrais foram: a fé, a arte, a família e a Europa. Bento XVI veio como peregrino entre os peregrinos para rezar no túmulo do Apóstolo Tiago. Para Compostela viajou por ocasião do Ano Santo Compostelano, e a Barcelona para a dedicação do Templo da Sagrada Família. Trata-se da 18º viagem internacional de Bento XVI, a segunda à Espanha, país que o Papa visitará novamente no próximo ano em ocasião da Jornada Mundial da Juventude de Madrid.

Na missa que celebrou em Santiago de Compostela, Bento XVI salientou que a Europa da ciência e das tecnologias não pode viver de costas voltadas para Deus. Reflectiu a sua grande preocupação em relação aos destinos da Europa e salientou que o compromisso da Igreja no Velho Continente é demonstrar que Deus existe. “É uma tragédia que na Europa, sobretudo no século XIX, se tenha afirmado e divulgado que Deus é antagonista do homem e inimigo da sua liberdade”, declarou o Sumo Pontífice perante milhares de pessoas no Santiago de Compostela.

Durante a homilia na Praça Obradoiro, Bento XVI enfatizou a necessidade que “Deus volte a ressoar debaixo dos céus da Europa”. O Papa apelou ainda a que a Europa da “ciência e das tecnologias, da civilização e da cultura” se abra à “transcendência e à fraternidade com outros continentes, ao Deus vivo e verdadeiro, a partir do homem vivo e verdadeiro”.

Bento XVI deixou também palavras de elogio a todos os que vão em peregrinação e ao espírito peregrino, como reconhecimento da importância de Deus na vida.

O Papa consagrou a Basílica da Sagrada Família. Bento XVI considerou ainda “um evento de grande importância” a “dedicação da igreja da Sagrada Família, numa época em que o homem tenta construir sua vida por trás de Deus, como se ele tivesse mais nada a dizer”.

Bento XVI sublinhou a importância do casamento e da família, que o Estado deve apoiar: “Só onde existe o amor e a fidelidade é que nasce e perdura a verdadeira liberdade. Por isso, a Igreja defende adequadas medidas económicas e sociais para que a mulher se realize plenamente em casa e no trabalho; para que o homem e a mulher - que se unem em matrimónio e constituem família - sejam decididamente apoiados pelo Estado; para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável, desde o momento da sua concepção; para que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada no plano jurídico, social e legislativo. Por isso, a Igreja opõe-se as todas as formas de negação da vida humana e apoio tudo o que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar”. Salientou ainda que a Igreja se opõe a qualquer forma de negação da vida humana. “A meta deve ser a defesa da vida das crianças como sagrada e inviolável desde o momento da sua concepção até ao nascimento”.

“Preservar e fomentar esse rico património espiritual, manifesta não só o amor de um país para com a sua história e cultura, mas é também um caminho privilegiado para transmitir às gerações mais novas aqueles valores fundamentais tão necessários para edificar um futuro de convivência harmoniosa e solidária. Que esta Fé alcance um novo vigor neste continente e se converta em fonte de inspiração, que faça crescer a solidariedade e o serviço a todos, especialmente aos grupos humanos e nações mais necessitadas”, sublinhou