Pensamentos Existenciais VII - 6 - O Egocentrismo
A palavra “egocentrismo” é formada por dois elementos latinos: “ego”, eu e “centrum”, centro e significa o estado de espírito do indivíduo que se julga o centro do mundo que o rodeia.
Este sentimento brota do instinto de conservação, intimamente associado à natureza biológica e é comum a todos os seres vivos. As próprias raízes das plantas lutam, entre si, debaixo da terra, com as raízes das outras que tentam invadir o seu espaço.
O egocentrismo humano nota-se com maior evidência na primeira infância das crianças: todos os brinquedos são dela e reclama todas as atenções para si. Este sentimento vai desaparecendo, logo que entra na escola e começa a conviver, a angariar amizades e a desenvolver o espírito de solidariedade.
Porém, quando o egocentrismo se prolonga, converte-se em egoísmo exacerbado – estado de espírito deplorável de pessoas que só tratam de si e cuidam, apenas, dos próprios interesses!
Este estado de alma é característico de pessoas medíocres, fracas de espírito e, poderemos, mesmo, dizer, imaturas! Por isso, revelam-se incapazes de crescer na sua personalidade e de se adaptar às vicissitudes da vida em sociedade!
Os sentimentos e interesses das pessoas vão evoluindo, de acordo com a sua personalidade. Esta está dependente da natureza genética, do sistema neurocerebral e da formação do indivíduo.
Sabemos que não há duas pessoas com o mesmo código genético, com a mesma capacidade mental e com formações iguais.
Daqui resulta, necessariamente, que, além dos egoístas, existem no Mundo pessoas dedicadas aos outros que chegam a atingir, por vezes, níveis de altruísmo!
Que diferença entre um louco mental que mata por sadismo o seu semelhante e o homem que arrisca a sua vida para salvar a vida do outro!
Portanto, embora tenhamos que viver com o genoma e o sistema neurocerebral que recebemos, somos responsáveis pela nossa educação, pela formação da nossa personalidade e pela sublimação do nosso espírito.
Deus deu ao Homem a capacidade de evoluir. Cabe a cada um de nós rentabilizar os dons divinos que recebeu e procurar cumprir, com escrúpulo e devoção, o papel que nos é proposto no seio da Criação.
Fernando Santiago Domingos