Pensamentos Existenciais VII
17 – A Filosofia e a Ciência
Pretendemos, ainda, desmascarar as ideologias perversas de cientistas ateus que têm a pretensão de Tudo esclarecer. E, para isso, não necessitamos mais que das suas próprias palavras:
-”Há especulação na actividade científica e desprezo pela experimentação por parte da Filosofia”!
Por esta afirmação se verifica que a Ciência, se especula, sai do seu campo natural de actuação e lança-se com verdadeira loucura na especulação, na ânsia de esclarecer os problemas do Espírito. E, como diz um investigador: “quanto mais progride, mais transgride!...”
Por outro lado, a Filosofia, ao desprezar a experimentação, só revela bom-senso, por reconhecer que a investigação científica é matéria que diz respeito à Ciência e não a especulações filosóficas.
Há uma barreira natural intransponível entre o conhecimento das ciências exactas e as teorias filosóficas, embora tenham existido, ao longo dos tempos, grandes cientistas que foram também filósofos e filósofos de nomeada que foram cientistas eméritos!
Mas isso não significa que não distinguissem uma actividade da outra – foram cientistas quando realizaram as experiências para as suas descobertas e filósofos quando especularam sobre as razões da Existência.
Nada impede que o Homem possa ter duas actividades diferentes e utilize o génio da sua racionalidade para atingir os objectivos de cada uma. Só que, se quiser ser coerente consigo próprio e fiel ao rigor do Conhecimento, não poderá especular enquanto cientista nem pretender utilizar o laboratório nas suas conclusões filosóficas!...
Devemos, então, concluir que a Ciência e a Filosofia são ciências distintas do Saber, perfeitamente inconciliáveis e independentes.
A Ciência observa e investiga os fenómenos da Natureza, utiliza a experimentação e inventa processos e transformações no domínio da Matéria; a Filosofia serve-se da especulação e da Lógica e debruça-se sobre as razões do Espírito e da Existência.
Como dizia um célebre pintor: “não vá o sapateiro além da chinela”! Ou, no dizer dos nossos irmão brasileiros: “cada macaco no seu galho”!