Quase, quase, Aniversário

28-07-2014 18:51

Estou prestes a fazer 11 anos de casada e parece-me que, apesar de não ser o melhor assunto para a época balnear que estamos a atravessar, também não é tão pesado que o tenha de guardar para a rentrée.

Sim, estou à beira de comemorar com o meu marido 11 anos de casada. Hoje, por acaso, não é a melhor altura para falar cor-de-rosa do assunto porque até estamos meio “chateados” um com o outro. Um dos motivos deste arrufo é totalmente compreensível. De facto, ele tem toda a razão para estar chateado, pois sente que tem sempre de ser ele a fazer o papel de mau da fita, porque os mais pequenotes não me obedecem.

Não sei o que fazer. Até uma certa idade, não consigo fazer nada deles. É aquela idade em que são demasiado pequenos para racionalizar seja o que for, mas também já são grandinhos o suficiente para ir distinguindo o que devem fazer do que não devem fazer. Nesta fase, não sei o que lhes fazer para que me obedeçam minimamente.

Pelo contrário, com o meu marido, muitas vezes, basta um olhar e dizer o nome do filho em questão que tudo já começa a ter outros contornos. Eu, ainda que me descabele, não consigo nada. Em muitas situações, devo confessar, fico interiormente à espera que o meu marido venha intervir na situação que não consigo resolver. Depois, ele consegue terminar a birra e fica de trombas comigo, como que me chamando incompetente. É sempre a mesma coisa!

O que é que eu posso dizer em minha defesa? É verdade. Quando eles são mais crescidinhos já consigo orientar melhor as coisas, mas nesta fase intermédia, no meio da birra, eles nem param para me ouvir. Marido, tens mesmo de ser tu!

Assim, como hoje saíste a meio do pensamento “És uma incompetente!”, e como estamos quase, quase a celebrar o 11º aniversário de casamento, deixa-me que te dê um pouco de graxa e te dedique este texto. Tens as tuas coisas, típicas do género masculino, e eu tenho as minhas, típicas do género feminino, mas temos sabido rir de tudo isto, ainda que, por vezes, tenhamos de amuar um bocadinho primeiro! Já ensinei o meu marido a amuar, que ele, coitado, não sabia.

Não há problema. Ao contrário do que se diz por aí, a felicidade não é um momento ou vários momentos. A felicidade é um estado de alma. Não é volátil, não é supérfluo, não é transitório, não é circunstancial. A felicidade é o olhar que escolhemos para a nossa vida. 11 anos? Ainda só agora começou!

 

Rita Gonçalves

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas variante Português e Francês

Pós-graduação em Ramo de Formação Educacional

Mãe a tempo inteiro (forçada e por vontade própria ao mesmo tempo)