Cernache do Bonjardim recebeu a “Abertura do Ano da Fé”

O Pavilhão Municipal em Cernache do Bonjardim albergou várias centenas de pessoas da Diocese, no dia 20.

Logo pela manhã, em três grupos (crianças, jovens e adultos), as pessoas reuniram-se para celebrar e refletir sobre as Missões.

Após o almoço, realizou-se a Assembleia Diocesana onde o Sr. Cónego Bonifácio apresentou em linhas gerais o novo Plano Pastoral Diocesano.

Destacou o Sínodo Diocesano que está a decorrer, apresentando os temas para este ano 2012/2013. O tema é: “Fé, Evangelização e Vocação na Igreja”.

Falou depois da Assembleia Sinodal que vai decorrer no dia 17 de Novembro e cujos delegados são 89. Divididos em 7 grupos de trabalho irão analisar as 142 propostas, resultantes do estudo feito e das propostas apresentadas pelos diversos grupos sinodais espalhados por toda a Diocese.

Apelou depois para que os grupos este ano cresçam nas paróquias e que todos se integrem e juntos partilhem, rezem e façam propostas.

Finda esta apresentação, teve lugar a grande concelebração do “Abertura do Ano da Fé”, presidida pelo nosso bispo, D. Antonino Dias.

Na sua homilia, D. Antonino, começou por recordar a mensagem para o Dia Mundial das Missões “que a fé em Deus é, antes de mais, um dom e um mistério que se há de acolher no coração e na vida e agradecer sempre ao Senhor”, disse.

Continuando falando do mundo atual e da foma como considera a fé, “como um facto privado e sem relevo, procura excluir Deus da vida pessoal e social, e voltando-se para o mais fácil e atrativo que nem sempre é o mais útil, propõe um paraíso sem Deus. No entanto, a experiência ensina que o mundo sem Deus torna-se inabitável”.

Citando o Papa BentoXVI, que em 11 de Outubro passado, em Roma, “falou do avanço de uma “desertificação” espiritual, de um mundo sem Deus, onde, apesar de tudo, há inúmeros sinais de sede de Deus a pedirem um zelo missionário, renovado e eficaz”.

D. Antonino continuou salientando que perante os “desertos do mundo”, e citando Papa Paulo VI  «a apresentação da mensagem evangélica não é para a Igreja uma contribuição facultativa: é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos”. E, além disso não “admite indiferença, nem sincretismo, nem acomodação. É a salvação dos homens que está em causa; é a beleza da Revelação que ela representa». Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelização, EN, 5.

D. Antonino interpelou toda a Assembleia a refletir com ele estes tempos que vivemos num tom de desabafo disse: ”por vezes, esbarro comigo a pensar sobre que belas seriam as nossas comunidades e famílias cristãs se houvesse uma maior sabedoria e consciência desta beleza da Revelação e do amor de Deus por cada um de nós. E sinto-me desassossegado quando, como primeiro responsável pela formação na fé nesta Diocese, não sei, reconheço que todos não sabemos bem, como agir perante tanta falta de se querer saber mais e melhor, para melhor viver e entender a missão. Sabemos que é preciso rezar com humildade e confiança, auscultar atentamente a voz do Espírito e estar atentos aos sinais que nos chegam para agir com criatividade e esperança”. Depois interpelou: “Quem e quantos somos – se é que na verdade somos! -, a transmitir com alegria e encanto a palavra de Deus? Será que anunciamos mesmo a pessoa de Jesus Cristo e o que Ele disse e fez e por que é que o fez e disse? Como transmitimos a verdade e a beleza da fé no hoje do nosso tempo? Como testemunhamos o que acreditamos e anunciamos? Como cativamos o interesse e a escuta? Como sensibilizamos as pessoas, as famílias e as comunidades para a necessidade da formação e exigência da nobre missão que lhes cabe? Como convidamos os fiéis a viverem a alegria da fé, da Palavra de Deus e dos sacramentos, especialmente da Eucaristia? “.

No final da sua homilia o desafio: “Caros fiéis, sempre com o olhar em Jesus Cristo, “autor e consumador da fé” (Heb 12,2), convido cada sacerdote e cada diácono, cada membro da vida consagrada e cada família, cada criança e cada adulto, todos os arciprestados e comunidades paroquiais, movimentos e obras de apostolado, instituições da Igreja e novas comunidades e novos movimentos eclesiais a viver este ano de forma exigente e aberta à formação e aos outros, de molde a que todos possamos refletir, aprofundar, fortalecer, celebrar, testemunhar e transmitir a fé, descobrindo a importância da comunidade e inserindo-nos nela, colaborando e animando, sentindo-nos pedras vivas na construção do Reino de Deus e de um mundo melhor. Só assim, verdadeiramente inseridos na comunidade e dispostos a dar as mãos, descobriremos a alegria de crer e reencontraremos o entusiasmo de comunicar a fé”.

No final da Eucaritis foram distribuídos vários símbolos da Fé, nomeadamente:  cada arciprestado recebeu um Círio, que percorrerá as respectivas paróquias; um Círio para estar presente nos lares e à sua volta e da Palavra de Deus, cada família professe a fé e reze; um pratinho em barro (artesanato de Flor da Rosa). Quer os Círios, quer o pratinho têm dizeres apropriados ao evento.

 

“Ano da Fé”

O papa Bento XVI anunciou, “um ano da fé” que se iniciou a 11 de outubro de 2012, que marcará o quinquagésimo aniversário do Concílio Vaticano II (1962/65).

“Precisamente para dar um impulso renovado à missão de toda a Igreja de conduzir o homem do deserto, onde frequentemente se encontra, para o lugar da vida, para a amizade com Cristo, que nos dá esta vida em plenitude, gostaria de anunciar que decidi decretar um ano da fé”, declarou o papa.

Este ano terminará a 24 de Novembro de 2013, durante a solenidade do Cristo rei do universo.

“Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão sempre mais integral a Deus, para reforçar a nossa fé e anunciar com alegria aos homens dos nossos tempos”, adiantou o papa.