Parabéns avós!

Dia Nacional dos avós

Comemorou-se dia 26 de Julho, o dia Nacional dos Avós, celebrado desde 2003. A data foi escolhida porque é também o dia de Santa Ana e de S. Joaquim, padroeiros dos avós, pais de Nossa Senhora e portanto avós de Jesus Cristo.

A celebração do dia dedicado aos avós é feita através de eventos que prestam homenagem aos avós. Netos e filhos presenteiam simbolicamente os seus avós, de forma a agradecer o apoio e dedicação destes à família e mostrar o quanto são importantes para os seus familiares.

O papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados que dão aos netos, e sendo eles muitas vezes o suporte afetivo e financeiro de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes.

Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, e nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.

Fomos à procura dos avós e ouvi-los sobre o que é para eles ser avós.

Vale Canhestro

 

 

No Vale Canhestro, S. Pedro do Esteval, falamos com a Maria do Carmo e o José. Têm 2 filhos e 3 netos, a Isabela, o Lucas e o Tiago, que só vêm uma vez no ano. O filho casou nos EUA e o seu trabalho e da nora está ligado à ONU onde trabalham em diversos países. Por isso é nesta altura do ano que pode desfrutar dos netos durante 3 semanas. Uma alegria imensa, é desta forma que definem esses dias, “ser avós, é voltar aos filhos quando eram pequenos, mas agora com mais paciência, mais disponibilidade. São os filhos outra vez, é tão bom ser avós”. O facto de não poder tê-los sempre perto de si causa-lhe bastantes saudades que vai colmatando com o telefone. E recorda esses dias, as brincadeiras deles, a ajuda que lhe dão na cozinha. O facto de andarem por vários países permite que também aqui se adaptem da melhor maneira, “parece que vivem cá todos os dias. Gostam da comida, brincam no campo, com os animais”.

Padrão

 

 

Continuamos na senda dos avós. No Padrão fomos até ao Sr. António Delgado de 93 anos e da sua esposa Maria do Carmo de 92. Além do estatuto de avós, são também o casal mais velho da aldeia.

Têm 4 filhos, 7 netos e 1 bisneto. Falam dos netos com alegria nos olhos. Atropelam-se um ao outro nas palavras para falar deles e dos filhos. Depois o Sr. António falou-nos dos tempos antigos, da vida difícil por que passou. Aos 6 anos ainda o mandaram à escola mas andou por lá pouco tempo, não havia vagar, era preciso ir trabalhar. E assim foi, guardar ovelhas foi o trabalho que o recebeu durante alguns anos. Depois casou, uma prima falou-me de uma rapariga jeitosa que havia nas Naves e ele não se fez rogado e foi ter com ela e assim começou a caminhada deste casal que se mantem até hoje.

Não esqueceu o tempo que andou na ceifa, a ida a pé até ao Alentejo, o dormir ao relento, no próprio campo do trigo. A chuva que às vezes os vinha visitar. Depois passou a cultivar as suas terras com trigo, chegou a ter 200 alqueires, 600 oliveiras. Além do rebanho que juntamente com os vizinhos tiveram durante vários anos.

Da Suíça até ao Padrão

Juntou-se aos avós a neta Lia Delgado, de 27 anos, residente na Suíça, com os pais. Fez questão de ser fotografada com os avós. Os pais foram para a Suíça tinha ela 7 anos. Diz que a adaptação foi difícil, nomeadamente a língua, mas depois integrou-se bem e hoje está perfeitamente adaptada à vida Suíça. Mas Portugal continua no coração e não coloca de lado a hipótese de regressar. Porquê, perguntamos. Sorriu e justificou esse sonho com várias razões, o clima, a própria maneira de ser das pessoas suíças, mais distantes, contrasta com a maneira de ser dos portugueses, o estilo de vida que é muito diferente. Mas por agora vai-se por lá ficar.