PEREGRINAÇÃO ARCIPRESTAL DO ANO DA FÉ

Decorreu no dia 21, no Santuário do Senhor Jesus do Vale Terreiro, na Madeirã, concelho de Oleiros, a Peregrinação do Arciprestado da Sertã, (concelho da Sertã, Proença-a-Nova, Vila de Rei e Oleiros), neste Ano da Fé que teve início no dia 11 de Outubro de 2012 e termina a 24 de Novembro de 2013.

Todas as paróquias do Arciprestado aqui se reuniram neste dia, em comunidade e contaram com a presença do Sr. Bispo D. Antonino que ao longo deste ano tem percorrido o Arciprestado em Visita Pastoral. Num bonito santuário com um belo espaço, muito acolhedor, teve início às 11H30 a Eucaristia presidida por D. Antonino, concelebrada pelos sacerdotes e diáconos do Arciprestado e com uma Assembleia que rondou as mil pessoas.

Na sua homilia, D. Antonino mostrou a sua alegria pela adesão da comunidade cristã à iniciativa dizendo: Aqui estamos com alegria e confiança, para louvar o Senhor, dar graças a Deus pelos dons recebidos suplicar a sua graça pedir perdão dos nossos pecados e regressarmos em missão pelas estradas da vida”. Falou depois do espírito da peregrinação e como não se trata apenas “de um encontro do corpo, mas sobretudo dum itinerário da alma, capaz de levar à conversão da mente e do coração e das atitudes”.

Fez depois uma viagem pela história do povo de Deus, referindo as palavras do Papa João Paulo II de que os santuários “fazem parte da geografia da fé  e da piedade do povo de Deus”.

Somos pessoas de fé, disse D. Antonino e por isso nos encontramos sempre “numa busca de fé, sentido e vivendo a corresponsabilidade na construção de um mundo diferente. Um mundo onde se promova a cultura da vida, e do amor onde cada pessoa seja respeitada na sua dignidade e se sinta acolhida e amada”.

Destacou a luta das diversas Instituições pela promoção da pessoa humana nas suas diversas vertentes, social, cultural, económica, “são valores evangélicos que reconhecemos e aplaudimos”. Depois de uma breve resenha da sua passagem pelas diversas comunidades disse: “Sinto-me feliz pela vossa firmeza na fé e por saber que ides dar as mãos para que as vossas comunidades cristãs tenham qualidade de vida dentro dos condicionalismos e consequências da falta de sacerdotes que é suprida e bem, pela vossa presença e ação”. Falou depois da situação atual da Igreja, quer cultural, quer religiosa e que exige que “sejamos adultos na fé e que as comunidades cristãs saibam erradiar a beleza evangélica a partir de Cristo, com Cristo e ao jeito de Cristo”.

Falou depois do Sínodo que está a decorrer na nossa Diocese salientando o momento de graça que estamos a viver e a possibilidade de para parar “para rezar, refletir analisar, a fim de podermos em conjunto traçar caminhos novos para a vida, nova evangelização aqui na nossa Diocese”.

Não esqueceu a família, os tempos difíceis que vive, mas que continua a ser “um dos bens mais preciosos da humanidade”.

 Renovou o convite para que neste último ano de reflexão Sinodal, “vos empenheis em participar e contribuir com o vosso estímulo e as vossas sugestões. Como cristãos não podemos ser apenas boas pessoas, temos de ser esclarecidos e com verdadeira consciência de pertença à sua Igreja que o prolonga e contínua”.

Já quase a terminar falou da Pastoral futura das nossas comunidades e que “irá depender da nossa colaboração em Sínodo e todos sabemos que o mundo em que vivemos não se compadece, como dizia Papa Paulo VI “com uma pastoral decorativa, mais de verniz superficial que de atuação em profundidade”. Por isso reconheceu D. Antonino a necessidade de “uma pastoral mais agressiva, mais criativa e inovadora mais atuante a caritativa, mais inteligente e aprofundada, mais comprometedora e envolvente, porque dialogada nas paróquias”.

Terminada a Eucaristia, seguiu-se o almoço partilhado. A tarde recreativa juntou todos de novo numa partilha fraternal. A Barca da Alegria trouxe momentos de descontração, de divertimento ao som da música das concertinas. Momentos de reflexão de leigos e consagrados, que conduziram a uma verdadeira interiorização do papel de cada cristão no mundo de hoje entregando-nos com empenho, entusiasmo e alegria que nos leve a contagiar os outros.

A tarde aproximava-se do fim e, o Arciprestre, Pe. Luís Manuel, em representação do Sr. Bispo que se ausentou na parte da tarde, viajando para o Brasil, onde vai participar na Jornada Mundial da Juventude, manifestou a sua alegria por estar ali, fazendo dele o sentimento de todos, dizendo: “porque é disto que nós precisamos, sair do nosso casulo para termos a certeza que construímos Igreja uns com os outros. A paróquia é o lugar por excelência onde cada um se insere mas a vivência da fé alargar-se. Então constrói-se Igreja nestas pequenas unidades pastorais que são os Arciprestados”.

Já a terminar, o Pe. Luís Manuel destacou o sentir festivo de todos, mas alertou que “isto só nos ajudará se formos concretos, comprometidos na vivência da fé a partir das nossas paróquias”.

 

É a Fé que dá à vida o sentido de tudo

“Também hoje é preciso tocar o Senhor. É necessário fazer uma experiência pessoal com Deus nas nossas vidas”, dizia-nos a Idalina da Mata e Marques, da Unidade Pastoral de Proença-a-Nova, que nos falou da sua peregrinação com o Círio do Ano da Fé. Também ela se sentiu enviada, sentiu o Espírito Santo na sua caminhada e por isso nos desafiou a abrirmo-nos ao Espírito que “quer descer a cada um de nós, quer dar-nos uma vida nova, com nova luz, cor, novo sabor, uma vida que nos faz perceber e entender as coisas do Senhor”.

Falou também daquilo que viu ao longo da caminhada do Círio. “Foi emocionante observar e vivenciar a adesão emocionada das pessoas, a concentração com que oravam, a compostura dos seus gestos. A entrega, o dinamismo, o empenho, o entusiasmo, a alegria era contagiante”. Lembrou que compete a cada um de nós “testemunhar na envolvência da luz Cristo, a nossa força, a nossa motivação.

Testemunhou o Pe. Joaquim Henriques, que celebrou 50 anos de sacerdócio, (único na Diocese), falou do seu percurso no seminário, juntamente com outros colegas. Salientou a importância que a família teve no seu percurso de vida, e o exemplo dos sacerdotes que à sua volta lhe foram dando razões para seguir Jesus Cristo. Encontra-se nas paróquias do Orvalho, Cambas e Amieira.

Da Unidade Pastoral de Proença-a-Nova, veio também o Alfredo Serra, testemunhar a sua caminhada de fé, vivida quer pessoalmente, quer na Igreja como cristão empenhado e ativo. A sua partilha centrou-se na sua vivência como Ministro Extraordinário da Palavra na ausência do Presbítero (MECDAP). Destacou a importância da fé pois é ela que “dá à vida o sentido de tudo”. Destacou o seu percurso de fé, que foi crescendo ao longo da vida com pessoas que à sua volta foram ajudando nesse crescimento. “O meu crescimento e perseverança na fé muito se devem aos sacerdotes que me têm acompanhado espiritualmente ao longo da vida”. Para ele o único “certificado de garantia é-nos dado por Cristo”. E, “neste ano da Fé, sinto o coração a dizer-me: Sim a Jesus Cristo”. No seu testemunho de fé destacou a “alegria e riqueza de experiencias da Igreja, nomeadamente na caminhada Sinodal”.

Irmã Eliete, Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição, da comunidade de Oleiros, falou daquilo que a comunidade tem feito ao longo deste ano Fé, inserida na comunidade paroquial. Destacou o trabalho na catequese, com os idosos e nas aulas de EMRC. O testemunho de fé que deram este ano foi derivado do apelo do Papa mas, “não é mais do que aquilo que procuramos fazer desde que fomos chamadas a esta comunidade”. Destacou a preocupação com as famílias, para que cresçam na fé e esse foi também um dos aspetos referidos como marcantes nesta caminhada de fé. Levar a que as crianças iniciem o seu percurso de fé na família.

O último testemunho foi dado pelo Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova, que está a celebrar 500 anos. José Bairrada, destacou a importância das Misericórdias, do seu papel junto das pessoas, não só o acolhimento aos mais velhos e crianças, mas também pelos postos de trabalho que cria. Referiu a sua tristeza por, nestes tempos difíceis que vivemos “tanta gente a pedir emprego e não termos capacidade de resposta. Custa, custa muito”. Falou depois que a vida é uma passagem dizendo “Nós acreditamos que a vida não são só os 80 e 90 anos, não são só os anos que passamos aqui, nós acreditamos na vida eterna. O homem precisa da vida eterna. Ser Irmão da Misericórdia é “olhar pelos outros, servir os outros, servir o próximo como recomenda o Papa Francisco”. Terminou testemunhando a sua entrega a esta causa, no serviço ao próximo, a partir da máxima “recebestes de graça, dai de graça”.