Reflexões

Com estas festas do Sagrado Coração de Jesus

25-09-2013 15:37

Alcançamos metas e retomamos caminhos

O mês de setembro é o mês do Sagrado Coração de Jesus. Em toda a Unidade Pastoral tivemos a graça de celebrar e experimentar, mais uma vez, o amor daquele que se fez carne: “Deus amou de tal forma o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo3,16). Todos os anos neste mês as paróquias de Peral, São Pedro do Esteval, Proença-a-Nova e Cardigos acorrem nos sucessivos primeiros, segundos e terceiros domingos às suas igrejas para contemplar a bondade, a ternura, a misericórdia de Deus e reavivar a magnanimidade deste convite: “Vinde a Mim todos os que estais cansados de carregar o peso do vosso fardo e Eu vos darei descanso” (Mt 11,28); para mediante as suas dádivas reconhecer e agradecer ao Sagrado Coração de Jesus os muitos benefícios recebidos ao longo do ano.
 Com estas festas do Sagrado Coração de Jesus, festas de louvor, de agradecimento, de retemperamento das nossas energias espirituais, alcançamos metas e retomamos caminhos.
Chegamos ao fim de mais um ano pastoral, e naturalmente, sintimos uma dupla necessidade: 1º) louvar e agradecer a toda a comunidade paroquial e aos seus agentes pastorais que não pouparam tempo e energia, particularmente neste Ano da Fé, para que todos sintam que a Igreja é obra de Deus, todos somos chamados a ser Igreja e trabalhar nela, abertos à missão de fazer discípulos; 2º) desejar que ninguém fique de fora mas antes trabalhemos, em rede e corresponsáveis, valorizando o que somos e os meios que temos para atingirmos o objetivo pastoral do ano 2013/2014: “Viver a fé em família, na família e com a família como parte da comunidade”.
No início do ano escolar e da catequese, conscientes de que “a educação é a base de toda a realização pessoal, familiar e a grande força de transformação social”, deixemo-nos embriagar com estas palavras do Papa Francisco dirigindo-se a Professores e Pais: “Educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser. Para educar é preciso sair de si mesmo e acompanhar os jovens lado a lado com eles, dando-lhes esperança e otimismo para o seu caminho no mundo. Ensinem-lhes a ver a beleza e a bondade da Criação e do homem, mas principalmente, sejam testemunhas com a vida daquilo que ensinam! Sem coerência não se pode educar!”. Aliás, sabemos que, se os “mestres” não se revestirem desta atitude, a sua missão torna-se um fardo pesado para eles próprios e para os seus seguidores.
 Aproxima-se o fim das campanhas para as eleições autárquicas convocadas para o dia 29 de setembro e o início de um novo ciclo de administração das freguesias. No Concelho de Proença-a-Nova caem as Freguesias de Alvito e Peral, dando lugar à União das Freguesias de Proença-a-Nova e Peral, Sobreira Formosa e Alvito da Beira. Os candidatos palmilham de lés a lés as povoações e procuram todas as oportunidades para convencer e apelar ao sentido do voto. Neste momento, em que também a política caiu no descrédito, o Papa Francisco apela aos cristãos a dar credibilidade e verdade à política. «Envolver se na política é uma obrigação dos cristãos. Nós, os cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, dado que busca o bem comum… Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão». Que todos se sintam envolvidos em elevar a atividade politica àquela condição de “arte nobre de bem servir a Comunidade”.
Pe. Ilídio Graça

 

Conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar

15-07-2013 12:00

A Visita Pastoral é uma das formas, confirmada pela experiência dos séculos, com a qual o bispo mantém contacto pessoal e presença mais prolongada com as paróquias.

É uma ocasião de reavivar as energias dos obreiros do Evangelho, de os encorajar, confirmar e agradecer. É também a oportunidade de chamar todos os fiéis à renovação da vida cristã e a uma atividade apostólica e missionária mais intensa.

Em síntese, é um momento privilegiado para o bispo melhor conhecer e amar aqueles a quem o Espírito de Deus o chamou a servir.

A visita pastoral do nosso bispo D Antonino à unidade pastoral de Proença-a-Nova procura proporcionar momentos de encontros com a equipa dos párocos in-solidum, diáconos, a comunidade religiosa, com os conselhos pastorais e económicos e outras instâncias de vida e de ação pastoral. A sua presença junto dos doentes e a atenção aos que sofrem são realidades de grande relevo na visita pastoral de D. Antonino.

São essenciais os momentos celebrativos em que o nosso bispo reze connosco e celebre a fé e os sacramentos com as comunidades.

Neste contexto inserem-se oportunidades e iniciativas que vão para lá dos tempos celebrativos, dos espaços religiosos e das atividades estritamente do âmbito eclesial.

A visita do nosso bispo às diversas instâncias das nossas paróquias, Câmara Municipal, juntas das freguesias, centro de saúde, escola,  GNR, centros de dia, lares, setores empresariais, independentemente das convicções religiosas de cada um, pretende sublinhar a atitude de abertura dialogante e de corresponsabilidade solidária da Diocese e, localmente, da unidade Pastoral de Proença-a-Nova, na construção conjunta do bem comum.

Uma visita pastoral, no dizer do Papa Bento XVI, é sempre uma oportunidade de convidar todas as pessoas a fazerem da vida lugares de beleza e a descobrirem quanto Deus e a Igreja nos podem ajudar a tornar o mundo mais belo, mais justo e mais fraterno.

Um momento de particular significado nesta visita pastoral é a celebração do crisma de 65 jovens no dia 14 do mês corrente, às 11h30, na igreja matriz de Proença-a-Nova. A importância desta celebração reside, antes de mais, no facto dos crismandos saberem que foram chamados por Deus e que Deus precisa deles para serem caminho de salvação para o mundo. Que fazem parte do plano de Deus. Que são as estrelas que iluminam e que vão à frente!

“O crisma não é apenas uma ida à missa em que vem o Bispo… requer de nós uma grande dedicação”, disse a Margarida Sequeira, a jeito de conclusão do seu retiro de preparação para receber o Crisma.

Importa sublinhar que o Sacramento do Crisma concede ao crismando o “Espírito Santo, o Dom de Deus” e desafia o crismado a uma verdadeira militância. Militante é aquele que defende ativamente uma causa. A causa maior defendida pelos seguidores de Jesus é a Verdade.  O cristão pelo sacramento do crisma é fortalecido pelo dom do Espírito Santo para assumir com coerência sua fé e, portanto, a vida cristã.

O Sacramento do Crisma é o que nos coloca num processo de maior maturidade e permite um testemunho feito de atitudes comprometedoras na vida, dentro da família e da comunidade. No retiro do dia 6 de junho, no seminário do Preciosíssimo Sangue orientado pelo professor de EMRC, Filipe Tavares, na sequência da dinâmica empreendida, chegámos à conclusão de que todo o cristão está intimamente ligado à missão da Igreja. Para que a alegria de Cristo esteja em nós e a nossa alegria seja completa, sugiro meditar nesta bela passagem do número 80 da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi:  “Conservemos o fervor do espírito, portanto; conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas!

Que isto constitua para nós, como para João Batista, para Pedro e para Paulo, para os outros apóstolos e para uma multidão de admiráveis evangelizadores no decurso da história da Igreja, um impulso interior que ninguém nem nada possam extinguir”.

 

Pe. Ilídio Graça

Velho e só

15-07-2013 11:59

A cada dia que passa, se ouvem e se leem mais e mais notícias sobre idosos encontrados sozinhos e por vezes até mortos nas suas casas. Qual será a ligação entre a solidão e o envelhecimento e o que leva as pessoas a passarem a ser “anónimas”, desapoiadas e desintegradas da sociedade?

Que acontecimentos ao longo da vida poderão levar a um estado solitário na terceira idade?

Se a solidão é um contributo para a exclusão social na terceira idade, que reflexões poderemos fazer? Que ações poderemos desenvolver? O individuo não terá deixado descendentes ou amigos? Onde estão os laços afetivos que supostamente se vão criando e reforçando ao longo da vida?

Foram as drásticas as alterações demográficas a que se assiste neste novo século e que nos direcionam para este tipo de questões: O índice de envelhecimento da população é de 129, ou seja, verifica-se que por cada 100 jovens há atualmente 129 idosos.

De acordo com esta situação é importante que o envelhecimento seja bem-sucedido e que a longevidade tenha qualidade. E dentro dos preâmbulos de qualidade de vida, está definitivamente, o sentido de pertença.

O idoso de hoje em dia, é visto de forma muito diferente do idoso de antigamente. Antigamente, as famílias eram numerosas e esperava-se que os elementos mais velhos vivessem com os restantes familiares até à hora da sua morte. Hoje, os idosos que um dia tomaram conta dos seus progenitores, esperavam que o mesmo lhes sucedesse, mas, a transformação da sociedade faz-nos querer que muitos idosos vivem em lares ou sozinhos nas suas casas.

O papel das famílias é fundamental para a o bem-estar geral do idoso. Porém, este é um assunto delicado que por vezes, nos coloca grandes questões. Somos constantemente confrontados com discursos moralistas e pouco realistas, que remetem para a esfera familiar todo o tipo de apoios e cuidados de que os idosos, especialmente os mais dependentes, necessitam.

Apesar da diversidade de casos, de famílias que se exaustam em prol dos seus entes queridos e do extremo daqueles que os desprezam, não podemos negar que a família é uma base na nossa vida, onde temos o nosso vínculo, onde sentimos a pertença, estamos protegidos e nos sentimos amados.

Esta, quando estruturada e unida, ajuda o idoso a ultrapassar grandes desgostos como a viuvez e a morte de alguém querido.

A forma como os idosos se vêm a si mesmos é por vezes tão distorcida quanto a sociedade incita. Vêem-se desenraizados dos seus papéis sociais, distantes das suas relações, inundados de incapacidades e desvinculados dos seus pertences. A entrada na reforma, é por vezes controversa e pode originar alguma vulnerabilidade, quer em termos sociais, monetários, como pela modificação do estatuto ou prestígio na sociedade e, que, podem desencadear em algumas pessoas sentimentos de solidão e isolamento.

A viuvez, é outra situação de risco para a solidão se não houver um apoio, amizade e alguém que transmita bem-estar e ajude a ultrapassar essa etapa tão difícil.

O processo de envelhecimento humano é definitivamente um processo individual, pois é condicionado pelos fatores intrínsecos, extrínsecos e pelas condicionantes e experiências da vida. Contudo, é também coletivo, porque é vivido em sociedade, é um processo partilhado e é cíclico.

Existem serviços que podem ser utilizados no combate à solidão e em simultâneo que ajudem no mantimento das capacidades físicas e cognitivas, como é o exemplo os centros de dia ou então, a frequência de desportos ou ateliês de interesse individual.

É fulcral, que se extermine a imagem negativa relativa à população idosa. O preconceito em relação aos mais velhos, está de tal forma enraizado na mente das pessoas, que as próprias pessoas idosas, o têm em relação a si mesmas. Esse sentimento predominantemente negativo na sua autoimagem é um veículo de desvalorização pessoal e redução da autoestima. Enquanto, que, se o contrário se fizesse, no sentido de admirar e valorizar as suas experiências de vida e conhecimento de tradições antigas, as pessoas teriam uma melhor autoestima, uma imagem mais positiva sobre elas mesmas e orgulho em serem idosas.

Apesar do idoso poder ser reformado, não significa que esteja menos ativo, não estão necessariamente mais doentes e/ou dependentes, não significa que esteja excluído da sociedade ou que esteja alienado.

Ser idoso não significa estar condenado à solidão e viver sozinho pode ser símbolo de independência e autonomia e estar só pode ser a oportunidade para organizar e reconstituir o seu funcionamento.

Para finalizar, importa referir que a amizade é um ponto fundamental para que muitos idosos consigam ter o apoio necessário para continuar a sua vida, fazer as suas modificações e ambientar-se ao seu novo eu. A amizade faz com que as pessoas tenham o sentimento de pertença, se sintam amadas e confortáveis por terem o outro que as possa ouvir

Sara Beja

Graduada em Gerontologia

 

 

Uma proposta eficaz!

15-07-2013 11:59

É sabido que o contributo do Beato João Paulo II, na expressão do panorama eclesial pós conciliar, foi sem dúvida uma referência que marcou não apenas o catolicismo, mas toda a história contemporânea. É também sabido que a santidade contagia (!), pois estabelece-se a partir de uma dinâmica única, em ordem ao movimento, à unidade e à caridade, isto é, em ordem ao amor, tornando-se assim irresistível ao coração sincero e aberto.

Uma das faces, desta expressão amorosa no Beato João Paulo II, foi precisamente o desenvolvimento das suas catequeses de quarta-feira entre 5 de Setembro de 1979 e 17 de Dezembro de 1980 sobre sexualidade, amor humano e família.

As motivações do Papa foram claras: desejou estabelecer um diálogo atual, esclarecedor e pedagógico acerca da moral católica, de modo a ajudar crentes e não crentes, jovens casais e jovens solteiros, seminaristas, sacerdotes e demais consagrações religiosas ou laicais, no difícil, mas belo, caminho de santidade. A proposta é a responsável valorização do corpo enquanto parte integrante da pessoa, tanto na dimensão física como espiritual.

As catequeses da Teologia do Corpo, como são conhecidas, são hoje uma proposta eficaz no pensar a relação ética do homem consigo mesmo e com o meio que o envolve, de modo a despertar uma crescente sensibilidade da pessoa, para as causas e consequências do agir humano.

Como nos diz João Paulo II “Com efeito, o corpo e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível”.

                                       Diogo Bronze

E se nos levantássemos?

15-07-2013 11:57

Por vezes um anúncio faz surgir em nós reflexões inesperadas. É esse um dos objetivos do marketing e já se sabe que, no caso desta campanha contra o sedentarismo, a ideia é vender mais refrigerante. Mas a pergunta não deixa de incluir um certo acento de revolta contra o status quo capaz de provocar consequências imprevisíveis a níveis insuspeitados.
E se de facto começássemos por nos desprender dessas inúmeras cadeiras que nos tiranizam e nos impedem de sermos nós próprios a ir atender um telefone que está a tocar há séculos e ninguém se decide a levantar? Desses sofás em que nos enterramos horas a ver uma televisão improcedente em vez de ir arrumar a cozinha, fazer o café, ajudar a levantar a mesa ou simplesmente ir dormir que o nosso mal é sono? Do assento do carro, para fazer uma caminhada e ter aquela conversa com um filho ou um amigo; do lugar no autocarro – seja ele à janela ou na coxia - para o ceder a alguém mais idoso, carregado ou simplesmente necessitado?
São pequenas coisas corriqueiras e habituais. Frequentes. Reais. Concretas. Acessíveis, apesar de nem sempre fáceis. Ocasiões de fazer a diferença, de alterar estatísticas, de alterar o ambiente, de viver valores como o Serviço, a Generosidade, o Auto-Domínio, a Amizade, o Respeito e tantos outros, de oferecer gratuitamente o presente de um pouco mais de atenção a quem está ao lado.
O fundador do Opus Dei, S. Josemaria Escrivá, o “santo da vida corrente” como lhe chamou João Paulo II e que festejamos a 26 de junho, recordava que não havíamos de fazer como Tartarin de Tarascon que desejava matar leões… nos corredores da própria casa. Isto é: situações extraordinárias, poucas vezes se apresentarão na nossa vida; o nosso é viver o ordinário, o quotidiano de forma extraordinária, sobrenatural. Fazemo-lo quando nos levantamos acima de nós próprios e atuamos como filhos de Deus e por amor do nosso Pai. Assim corresponde o cristão à sua identidade batismal: deixando-se levantar às alturas da santidade.
A vocação de qualquer de nós à santidade, a subir mais alto, a “ser mais altos, ser maiores”, na feliz expressão de Florbela Espanca, constitui o núcleo fundamental do magistério do Concílio Vaticano II e, por ter dito o mesmo desde 1928 e mostrado como se punha em prática, S. Josemaria Escrivá de Balaguer foi unanimemente reconhecido como um precursor do Concílio.
Como afirmou João Paulo II em 2002, “a fábrica, o escritório, a biblioteca, o laboratório, a oficina, o lar podem transformar-se em outros tantos lugares de encontro com o Senhor, que escolheu viver durante trinta anos na obscuridade. Poderia, porventura, pôr-se em dúvida que o período passado por Jesus em Nazaré fosse já parte integrante da sua missão salvífica? Portanto, também para nós, o quotidiano, na sua aparente uniformidade, na sua monotonia feita de gestos que parecem repetir-se sempre na mesma, pode adquirir o relevo de uma dimensão sobrenatural e ser transformado desse modo”.
Transcrevo alguns pontos de 2 livros conhecidos de S. Josemaria: «Tens obrigação de te santificar. - Tu, também. (...) A todos, sem exceção, disse o Senhor: ‘Sede perfeitos como Meu Pai Celestial é perfeito’» (Caminho, n. 291); «estas crises mundiais são crises de santos» (ibid., n. 301).“Hoje não bastam mulheres ou homens bons. Além disso, não é suficientemente bom quem se contenta em ser quase... bom; é preciso ser “revolucionário”. Ante o hedonismo, ante a carga pagã e materialista que nos oferecem, Cristo quer inconformistas! Rebeldes de Amor!” (Sulco, nº 128).
Ou seja: e…se nos levantássemos?
Maria Amélia Freitas

 

Quando está em causa UM DE NÓS

15-07-2013 11:56

Os portugueses são característicos pela sua capacidade de solidariedade. Basta pensar que nos anos de crise as recolhas do Banco Alimentar superam sempre as expectativas. Porquê? Algo genético deste grande povo? Penso que não será uma biologia da pátria mas sim a sensibilidade dos portugueses para a preocupação com os mais desprotegidos. Estes merecem sempre uma atenção da parte de todos, mesmo que a maioria viva também em dificuldades. De um modo ou de outro, todos sentimos que se estivéssemos no lugar desse desprotegido, gostaríamos que fosse feito connosco o mesmo.

Mas um de nós - o mais desprotegido de todos os seres seja pela sua pequenez, seja pela sua incapacidade de pedir ajuda ou de mostrar as suas necessidades - é muitas vezes negligenciado. Falo daquele ser humano que existe desde o momento da união do óvulo com o espermatozóide e que a ciência afirma existir: o Embrião, o nome que a ciência dá ao bebé na barriga da mãe nos primeiros dias de vida. Desde esse momento maravilhoso temos um ser humano, um de nós, que, totalmente dependente da sua mãe, cresce e se desenvolve até estar pronto para enfrentar a vida cá fora.. Eu nasci, tu nasceste, mas quantos não chegaram a desenvolver-se como deveriam e seria desejável…? Tantos que são gerados em laboratório e depois usados como material de investigação, sendo rejeitados quando já não são necessários. Tantos que por decisão dos próprios pais são eliminados porque não vêm em boa altura ou porque não eram “perfeitos”. O mais chocante é que tudo isto que, parece desumano, é algo legislado e permitido por aqueles que têm o dever de proteger os seus cidadãos e contribuir para o bem comum.

Será o embrião menos cidadão que todos os outros? Não. Esta é a resposta que várias associações europeias pró-vida dão e, por isso, não abdicam de lutar pelos direitos daqueles que são os mais desprotegidos, pois não são vistos como o que são: pessoa humana com dignidade.

Assim, ao ser permitido as iniciativas de cidadãos europeus, criou-se a Petição Europeia “Um de nós”. Os seus promotores querem fazer com que a Comissão Europeia discuta a dignidade do embrião e querem desafiar a mesma a recomendar aos países membros da União Europeia a ter leis que não permitam a destruição de embriões, nem financiem programas em países em vias de desenvolvimento que promovam o aborto.

Como qualquer iniciativa de cidadãos europeus são exigidas um milhão de assinaturas a recolher nos 27 estados membros da União Europeia. A Portugal é pedido um mínimo de 16500 assinaturas para defender o embrião.

Será que neste desafio mostraremos a mesma sensibilidade que sempre tivemos perante os mais desprotegidos?

Assine e divulgue a petição em www.oneofus.eu ou procure na sua paróquia.

 

                                              Teresa Margarido Correia

 

 

Hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros, a tua cruz, Senhor!

15-07-2013 11:55

O Ano da fé, iniciado no dia 11 de outubro de 2012 e que terminará no dia 24 de novembro do corrente ano, na solenidade de Cristo Rei, há-de levar-nos a um testemunho mais luminoso. Continua a ser uma oportunidade impar para os cristãos de todas as idades aprofundar e fortalecer a “Fé”, a fim de que esta informe a sua vida, a sua ação e comprometa no anúncio de Jesus Cristo. A Igreja está no mundo e para ser fiel ao seu Senhor/Fundador e à sua missão, como refere o Concílio Vaticano II, é chamada a percorrer o caminho dos homens para lhes revelar e comunicar a mensagem de que é portadora: a esperança e a salvação de Deus; ser sinal do amor de Deus que chama todos à amizade com Ele; ser fermento que faz levedar toda a massa, sal que dá sabor e que preserva da corrupção, ser luz que ilumina. “Ai de mim se eu não evangelizar”, dizia São Paulo. Cada cristão há-de fazer sua este princípio.

O “círio do ano da fé” ao percorrer as capelas e, igrejas da nossa unidade pastoral, apelou a esta missão ou missão da Igreja e ao mesmo tempo, acordou o que é mais profundo à pessoa humana: “Vê o dom que em ti está”. Nesta época de crise, urge não nos fecharmos em nós mesmos, enterrando o nosso talento, as nossas riquezas espirituais, intelectuais e materiais, toda essa preciosidade que Deus nos concedeu. Importa, sim, abrir-nos ao mundo dando corpo e vida ao admirável slogan de São Paulo: “Ai de mim se eu não evangelizar”. O Papa Francisco na sua audiência do dia 12 de junho dizia: “Ao nosso redor, é suficiente ler um jornal para ver que a presença do mal existe, que o Diabo age. Mas gostaria de dizer em voz alta: Deus é mais forte! Porque Ele é o Senhor, o único Senhor! E gostaria de acrescentar também que a realidade às vezes obscura, marcada pelo mal, pode mudar, se formos os primeiros a transmitir a luz do Evangelho, principalmente através da nossa própria vida”.

Percorrendo este caminho, a Igreja é solidária com os homens de cada tempo, procurando comungar das suas alegrias, inquietações, esperanças e tristezas.

Os santos, ainda que tenham vivido em outros tempos e contextos, ajudam-nos a visualizar a vivência concreta, alegre, corajosa da fé. No mês de junho celebramos vários santos. Destacamos, uma vez que marcam o ritmo das nossas gentes, o Santo António de Lisboa, S. João Batista, S. Pedro e São Paulo.

S. António alerta-nos para o essencial, para a amizade com Deus, fonte de todo o bem, da paz e da alegria, que nada nem ninguém nos podem jamais tirar. São João Batista indica a necessidade de ir à frente do Senhor, a preparar os seus caminhos e indicar às pessoas o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. São Pedro lembra-nos a Igreja organizada em sua instituição e Paulo a dimensão da Igreja missionária. Dois aspetos da mesma realidade.

Ao olharmos por exemplo a vida de São Paulo, impressiona-nos como o encontro com Cristo marcou a sua vida de forma tão decisiva; espanta-nos como ele se identificou totalmente com Cristo; interpela-nos a forma entusiasmada e convicta como ele anunciou o Evangelho em todo o mundo antigo, sem nunca vacilar perante as dificuldades, os perigos, a tortura, a prisão, a morte; questiona-nos a forma como ele quis viver ao jeito de Cristo, num dom total aos irmãos, ao serviço da libertação de todas as pessoas.

Já agora, pense no hino seguinte tirado da Liturgia das Horas:

 

Atei os meus braços com a tua Lei, Senhor

E nunca os meus braços chegaram tão alto!

Ceguei os meus olhos com a tua Luz, Senhor,

E nunca os meus olhos viram tão longe!

Só desde que Te dei a minha alma, Senhor.

Ela é verdadeiramente minha.

Por isso, hei-de subir até à Vida,

Despedaçando o corpo na subida.

Por isso, hei-de gritar, de porta em porta,

A mentira das noites sem estrelas;

Hei-de fazer florir açucenas nos meus lábios;

Hei-de apertar a mão que me castiga;

Hei-de beijar a cinza dos escombros;

Hei-de esmagar a dor

E hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros,

A tua cruz, Senhor!

 

Pe.Ilídio Graça

Convite

15-07-2013 11:55

Ocorreu no dia 2 de junho a celebração da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Tradicionalmente conhecida por Festa do Corpo de Deus, esta é uma das celebrações mais solenes e participadas na paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Proença-a-Nova. Nesse dia, todas as capelanias convergem para a igreja mãe com a motivação impar do cristão: “Formamos um só corpo em Cristo Jesus; todos nós que comungamos o mesmo Senhor. Formamos um só corpo em Cristo Jesus”. As bandeiras com a dupla face expressam este refrão popular e exprimem o sentido da comunhão entre os presentes e também ausentes da comunidade celebrante: de um lado têm a imagem do Corpo de Deus e, do outro, a do Santo Padroeiro de cada capelania. A dupla imagem marca simultaneamente o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história: a presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis, o seu alimento espiritual e o que tornou Jesus como alimento, caminho, verdade e vida. E já agora, diante desta tamanha manifestação litúrgica, que dizer da verdadeira corresponsabilidade eclesial e da comunhão paroquial?

O Beato Papa João Paulo II, na conclusão da sua encíclica sobre a Eucaristia, deixou-nos este convite: “Meus queridos irmãos e irmãs, vamos à escola dos Santos, grandes intérpretes da verdadeira piedade eucarística. Neles, a teologia da Eucaristia adquire todo o brilho duma vivência, «contagia-nos» e «abrasa-nos». Na realização das muitas festas em honra dos santos padroeiros das nossas paróquias e suas capelanias, urge que os santos marquem a diferença naquelas muitas manifestações públicas a que chamamos procissão. Quem dos nossos estimados leitores nunca participou nestas liturgias?

Ora neste momento que estamos a atravessar a crise de emprego, crise económica, ou melhor, neste momento, auge da crise do valor da pessoa humana, é imperativo que as nossas procissões sejam anúncio do Evangelho. Vejamos: quando levamos na procissão as lanternas e o crucifixo a guiar o cortejo, que sejam sinais indicadores da centralidade do mistério pascal do Senhor, da sua paixão, morte e Ressurreição. Que indiquem primeiro “aos da casa e depois aos da periferia” que é preciso seguir Cristo ao longo do caminho concreto da vida e que os transforme. Sequencialmente quando levamos Nossa Senhora na procissão, que com toda a envolvência, decoro, simplicidade e devoção, que seja sinal d`Aquela que é a mais alta realização de existência cristã: Aquela que, pela sua fé e obediência à vontade de Deus e também pela sua meditação da Palavra e das ações de Jesus, é a discípula perfeita do Senhor. Deste modo, estamos a viver o Ano da Fé e simultaneamente a mostrar o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver!

Neste mês de junho celebramos as festas em honra de Santo António, S. Paulo e S. Pedro (…), tradicionalmente também é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, a mais alta expressão humana do amor divino. Pondo os olhos nestes grandes santos e no Santíssimo que é Jesus e sentindo a angústia social, gostaria de lembrar o desafio e convite de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito”. (Mt 11,28-29).

Pe.Ilídio Graça

 

«Vinde, (…) Caminhemos à luz do Senhor»!

15-07-2013 11:54

A Igreja Católica caminha a passos largos no Ano da Fé. «Vinde, (…) Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2, 5). O convite foi feito a todas as pessoas de boa vontade.

O Ano da Fé propõe a ousada peregrinação rumo àquilo que constitui o essencial para cada cristão: a relação pessoal e transformadora com Jesus Cristo, Filho de Deus, que morreu e ressuscitou para nossa salvação. Inspira à permanência firme no caminho da fé. A fé que não é outra coisa senão um gesto mediante o qual me confio livremente a um Deus que é Pai e que me ama; a adesão a um «Tu» que me dá esperança e confiança. Vale a pena a aventura na fé com esse Deus de incomensurável amor pelo homem, misericordioso no amor por cada um de nós. Deus-Amor mostrado na Cruz por Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se fez homem, até ao dom de si mesmo, até ao sacrifício total, mostrando-nos assim do modo mais luminoso até que ponto chega este Amor.

“Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que apregoa a boa nova, e que proclama a salvação” (Is 52,7)! Cada cristão e cada comunidade reproduzem este desejo do profeta Isaías na medida em que transmite e vive o Evangelho, testemunha o amor de Deus por todos, especialmente por quem se encontra em dificuldade.

Sejamos mensageiros do amor e da ternura de Deus!

Sim, caminhemos na fé, porque a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar, corajosa e alegremente sempre na presença do Senhor-Deus, com Cristo Nosso Senhor, à luz do Senhor Santo Espírito.

No decorrer do Ano da Fé, o Arciprestado da Sertã, do qual fazem parte as paróquias de Cardigos, Proença-a-Nova, Peral e São Pedro do Esteval, tomou como símbolo “o círio do ano da fé” e pretende com ele alimentar e içar a chama acesa no batismo.

“O círio do ano da fé” está, desde o dia 5 de maio, a percorrer as igrejas e capelas das nossas paróquias, com a ideia motriz: “círio do Ano da fé iluminando as nossas paróquias”. Sim, porque, como diz São Paulo, este é o tempo da salvação e é hora de despertarmos do sono: (…) Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rom 13,12). Neste movimento de resposta ao apelo, «Vinde, (…) Caminhemos à luz do Senhor!», as igrejas e capelas formam por si uma corrente de experiência espiritual e de união nesta caminhada de luz.

A igreja de Cardigos levou a “luz” à capela de Freixoeiro e desta por sua vez se sucedeu a peregrinação para as capelas da Chaveira e de Vales, igreja de Proença-a-Nova, capelas de Vale d`Água, Relva da Louça, Cimadas e Vergão. Este “movimento luminoso” continuará a sua ação, passando pelos lugares mais recônditos até ao dia 30 de junho. Nesta corrente de ação e de fé, não estamos a cumprir um mero ato exterior, mas a indicar acima de tudo o que diz São João: “Deus é a Luz e nele não há nenhuma espécie de trevas” (1Jo1,5), ou ainda o que diz Jesus de si próprio: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).  Durante este Ano da fé, interroguemo-nos concretamente se demos alguns passos para conhecer mais a Cristo e às verdades da fé, lendo e meditando a Sagrada Escritura, estudando o Catecismo, frequentando com constância os Sacramentos. Perguntemo-nos, hoje, que passos estamos a dar para que a fé oriente toda a nossa existência. O cristão é cristão a cada segundo da sua vida! Totalmente! No entanto, se Deus não nos iluminar interiormente, o nosso ser cristão será superficial. Assim sendo, abramos o espírito a Deus Pai, Filho e Espirito Santo e sentiremos que a chama acesa no fundo dos nossos corações ganhará outro ardor porque alimentada pela nossa oração e espírito missionário ativo.

Pe. Ilídio Graça

 

 

Da Páscoa ao Pentecostes

15-07-2013 11:46

“Há diversidade de carismas mas o Espírito é o mesmo“(1 Cor. 12, 4)

 

Estamos ainda a saborear os frutos da Páscoa e já temos no horizonte a celebração litúrgica do Pentecostes em que os discípulos de Jesus receberam a plenitude dos dons do Ressuscitado.    E o Pentecostes continua vivo na Igreja pela ação do Espírito. Disso é prova o Concílio Vaticano II de que comemoramos os cinquenta anos, disso são prova os carismas que o Espírito Santo suscitou e suscita na história da Igreja – atente-se no carisma franciscano e jesuítico que enforma a vida do Papa Francisco.

Desde o inesquecível encontro da vigília do Pentecostes 98, na praça de S. Pedro, em Roma, com João Paulo II, e que reuniu mais de 400.000 membros de diversos movimentos eclesiais, a comunhão entre os movimentos tem vindo a crescer. No dizer do beato João Paulo II, eles são “coessenciais à Igreja”, devendo ser expressão da comunhão da Igreja, também ela “escola de comunhão”. Dirigindo-se às centenas de milhares presentes então na praça de S. Pedro, o papa exclamou: “ Vós sois a prova tangível da efusão do Espírito Santo”.

Desde 98, mais de 200 jornadas dos Movimentos foram realizadas, um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal. Tudo começou depois do grande congresso de Speyer na Alemanha, onde os responsáveis de 41 movimentos se encontraram para decidir como pôr em prática a ação promovida por João Paulo II na Praça de S. Pedro, no Pentecostes de 98.

Em Roma, é cada vez mais profunda a amizade e a colaboração recíproca internacional  entre alguns fundadores e responsáveis de Movimentos: André Riccardi, da Comunidade de Santo Egídio ; Pe. Marcial Maciel e Jesus Carrascosa, do Movimento Comunhão e Libertação; Pe. Marmann, do Movimento Schonstatt ;Allan Panozza, do Movimento Carismático; o casal De Roberty das Equipas de Nossa Senhora; D. Ruppert, dos Cursos de Cristandade; Maria Voce - Emaús dos Focolares. Nestes últimos anos, muitos têm sido os avanços e as iniciativas. Ainda recentemente, decorreu o evento Juntos pela Europa, congregando os grandes movimentos das diversas igrejas cristãs.

Os movimentos não substituem a Igreja, pois eles são eclesiais, isto é, são carismas da Igreja e para a Igreja, animados pelo Espírito. Também não se substituem às paróquias, pois que, apesar de terem estruturas próprias, o seu trabalho conflui nas paróquias onde se integram, beneficia os seus membros, tornando-os, muitas vezes, obreiros da primeira linha em muitas atividades da paróquia.

Na nossa unidade paroquial, a muitos Deus tem chamado ao empenho na Igreja, também através dos movimentos eclesiais e o nosso jornal deles tem dado notícia: os Cursos de Cristandade, com as suas “ultreias” mensais, de localidade em localidade; o Escutismo Católico e os Convívios Fraternos ; o Grupo de Oração do Movimento Carismático Católico e o Encontro Matrimonial; o Apostolado da Oração e o Grupo  das Franciscanas Missionárias do Divino Pastor; o Movimento dos Focolares e o seu Grupo  Palavra de Vida; na espiritualidade dos Missionários do Preciosíssimo Sangue e no seu grupo de jovens Os JAGAS; na Ação Católica ou ainda nas tradicionais confrarias ( no passado). E nem a diversidade de carismas deve impedir ou excluir a comunhão de experiências entre os movimentos, pelo contrário, a riqueza de uns deve ser a riqueza de outros, beneficiando-se reciprocamente, sem receios ou exclusões, complementando-se, tornando-se mais Igreja.

 A comunhão entre os Movimentos já é uma realidade sincera, desejada e testemunhada na Igreja. E se a caridade é a base de tudo, sendo a síntese do Evangelho, cada Movimento exprime-a com uma sua característica, segundo o próprio carisma. Porém, como diz S. Paulo, na 1ª Carta aos Coríntios:“ Há diversidade de carismas, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos”.(1 Cor. 12, 4-6 )

Daniel Catarino ( Diácono)

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