Reflexões

O Nosso “Senhor Vigário

17-10-2011 18:24

6 - O homem humilde e de Igreja

Quando comecei a escrever propus-me ser breve. Tarefa difícil quando teria ainda muita coisa a dizer. Não resisto a terminar sem referir um breve episódio: “Vossa Reverência pode-me confessar”? Tinha sido ordenado duas semanas antes e estava a fazer a oração de Laudes na capela do Santíssimo antes de ir concelebrar com ele a missa das oito. Aquela pergunta era-me dirigida a mim que, desde criança, me confessara tantas vezes a ele. Foi a primeira de muitas vezes que o ouvi de confissão. Admirei a sua humildade e a sua fé no valor do Sacramento da Penitência. Naquele momento eu não era o Armando do Pergulho que conhecia desde pequeno. Era o Sacerdote de Jesus Cristo de cujo perdão sentia necessidade.

Fizemos muitas actividades pastorais em conjunto e, muito naturalmente, nem sempre estávamos de acordo até porque éramos de gerações distanciadas pelo tempo. Nos últimos tempos foi até difícil estar de acordo com algumas posições e doía-me uma certa letargia em que, devido à sua idade e doença, a paróquia ia caindo. Para evitar magoá-lo, até porque com o meu temperamento impulsivo nem sempre conseguia compreender e calar-me, retirei-me e estive quatro anos a ajudar na vizinha paróquia da Sertã. Nunca estivemos de relações cortadas mas tão-somente um pouco mais afastados. Todos sabemos que a sua forma zelosa de encarar as coisas nem sempre era bem entendida por todos e a sua teimosia foi mesmo fonte de alguns conflitos. Um dia disse-lhe de caras que não estava de acordo com a forma como tinha lidado com uma determinada situação. A minha forma assertiva de dizer, nem sempre comedida, parece tê-lo magoado. Olhou-me triste e disse-me: “Olha, posso ter falhado mas a minha forma de fazer as coisas nunca foi a pensar em mim. Foi sempre para defender a Igreja”. Sempre foi isso o nosso P. Alfredo Dias: um homem mais preocupado com a Igreja que amava e servia do que consigo próprio. Fugia de honrarias e de elogios. Um dia chegou-lhe aos ouvidos que um grupo se estava a organizar para lhe prestar homenagem. Veio ter comigo e disse-me: “Soube que me querem fazer uma homenagem. Se te vierem pedir colaboração, não consintas. Senão, nesse dia eu fujo de cá. Uma homenagem? É o mesmo que estar a dar-nos “um pontapé no rabo” e a mandar-nos embora”. Mais tarde, em 1983, aceitou de bom grado a celebração pública dos seus 50 anos de sacerdócio encarando-a não como uma homenagem pessoal mas como uma homenagem ao Sacerdócio, a Jesus Cristo no qual somos sacerdotes.

Apesar dessa sua alergia a honrarias humanas, é de total justiça que hoje recordemos a sua obra e lhe dediquemos o nome de uma das ruas da nossa vila.

Proença-a-Nova, 13 de Junho de 2011

P. Armando Tavares

“Como são grandes as tuas obras, Senhor, e os teus projectos, como são profundos…O imbecil não os compreende, o idiota não entende nada disso”

29-09-2011 18:53

Depois do período de férias de verão e na transição daquele período “morno”do ano pastoral para o novo ano, que requer sempre uma dinâmica pastoral “quente”, os cristãos das nossas paróquias (Proença-a-Nova, Peral, São Pedro do Esteval e Cardigos) celebram todos os anos a festa do agradecimento das colheitas, tomando como fundamento o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. É curioso e ao mesmo tempo estimulante ao longo do ano ter um momento peculiar para louvar e agradecer, em comunidade, ao Bom Jesus pelos benefícios recebidos e a sua acção amorosa por nós! Digo que é curioso porque estas nossas e muitas outras comunidades, na sociedade que se manifesta egoísta, não se limita a parafrasear, por exemplo, o salmo 92: “É bom louvar ao Senhor, e tocar ao teu nome, ó Altíssimo; (…) Como são grandes as tuas obras, Senhor, e os teus projectos, como são profundos…O imbecil não os compreende, o idiota não entende nada disso”. A realização das grandes obras de amor de Deus devem originar, por parte do homens, gestos expressivos de reconhecimento e de partilha evidentes na Eucaristia e procissão do Coração de Jesus.

       Depois de muitos de nós terem tido a graça de gozar um período de repouso, agora é tempo de orientar  a rampa de lançamento para um novo ano pastoral. Se é na paróquia que os crentes têm normalmente a oportunidade de alimentar e celebrar a sua fé, de viver e agir como cristãos, importa agora sentirmo-nos responsáveis na nossa paróquia e na Igreja, isto é, respondermos e prestarmos contas do compromisso com o qual fomos marcados pelo baptismo e pela confirmação. Ora, todos na nossa unidade pastoral (Cardigos, Peral, São Pedro do Esteval e Proença a Nova), ante um número diminuto de sacerdotes, já percebemos a urgência e a necessidade de usar e abusar daquilo que podemos chamar responsabilidade partilhada para cumprirmos a nossa missão: “tornar presente e patente nas pessoas, comunidades humanas e processos da história, a força original de Jesus”. Caso contrário, é muito provável ver depois as nossas capelas e igrejas entregues às ratazanas e a terrível consequência: “o homem e a mulher a adorar bestas”. Caros fiéis, evangelizar é agora a máxima urgência pastoral e a primeira necessidade vital da nossa Igreja, não apenas para assegurar o seu futuro, mas também para purificar o seu presente. Já agora, uma vez que evangelizar é anunciar a Boa-Nova de Jesus e particularmente vivê-la por meio do exercício da caridade pessoal e estrutural, que destaque ou vida damos ao livro dos livros que orienta isto tudo, a BIBLIA?

P. Ilídio Graça

 

Caro Professor – “Apatetar é o que está a dar”

29-09-2011 18:40

Mais um ano lectivo começou, mais um rosário de conflitos, incoerências e incompreensões que os docentes vão ter de penar.

Excluindo alguns alunos e respeitosas famílias que bem cumprem o dever de educar, fazendo jus ao ditado “ quem dá o pão dá a educação”, sabemos que a maior percentagem dos agregados familiares já assim não funciona, talvez porque não se usa comer pão e se comem pizzas congeladas, hambúrgueres e outros…

Como consequência desta lacuna balizadora temos um grande número de alunos “ muito espertos”, “muito inteligentes” e “dotados”, daqueles que nem necessitam de estar com atenção às aulas, nem de estudar para aprender e saber, pelo que só mesmo a má vontade dos docentes é que não lhes permite enxergar a “fina inteligência dos pimpolhos” e como o professor tem“ a faca e o queijo na mão” vai de chatear o infeliz, repreendê-lo, marcar-lhe faltas de mau comportamento e, no fim do ano, ainda lhe vai dar uma nega.

Não obstante as advertências, as queixas e, quiçá, as ameaças de alguns encarregados de educação que “transbordam em razão” e afirmam a pés juntos que o maldito professor parece que se licenciou só para tramar a vida daquelas indefesas criaturas, pois como não gosta deles, persegue-os, faz-lhes a vida num inferno e, no fim, ainda os reprova.

Não é justo dirigir a sua vingança só para os “hiper-inteligentes”, os “hiper-activos”, os “hiper-irrequietos”, numa palavra os “hiper-mal educados” que são vítimas dum ambiente permissivo e duns pais que não os ensinaram a saber estar numa sala de aula, a desenvolver atitudes e comportamentos adequados à aprendizagem. É para aprender que se vai à escola e um estudante que perturba, não estuda, não deixa ensinar, é irreverente, não cumpre a sua função de discente, não leva a sua profissão de estudante a sério, com honestidade e torna-se num flagelo para a sociedade, não falando no inferno que provoca na aula.

Chega o mês de Setembro e lá vão eles todos e extravasar “bronze”, meios descascados/as, ainda a cheirar a protector solar, iphones novos, blackberrys a estrear e auriculares em jeito de brinquinho a sair por cima do piercing da orelha, para não referir outros em outros sítios, mais ou menos visíveis, mas que ficam a cargo do professor de educação física…

Aí estão eles em contacto directo com o mundo para poderem mandar todos os e-mails necessários aos esquemas juvenis, as SMS indispensáveis durante as aulas, com aqueles dedinhos tão ágeis que fazem inveja a qualquer normal, preparando-se em ritmo acelerado para o grande copianço no dia dos testes. Sorte madrasta, são vítimas da própria sociedade que os segregará e trucidará tão imbecilmente como os seduziu a viver neste modelo. Vicissitudes duma falsa ilusão de evolução acompanhada da ausência de bom senso, de balizamento paternal, de referências, de ordem e de sentido de vida.

Caros professores deixai que vos dirija as palavras de Bento XVI: “Não vos preocupeis”. Deixai apatetar mais quem pateta já é, pois “quem nasce torto tarde ou nunca se endireita”. Não compliqueis muito as coisas, dai positiva a quem não sabe, deixai copiar – (muitos pais até consideram ser um acto de mestria e de esperteza copiar sem ser apanhado, não percebendo que colaboram na estupidificação, pois em vez de aumentarem o seu conhecimento são meramente copistas) – deixai brincar, telefonar, gatinhar, uivar ou emitir outros sons próprios do jardim zoológico, pendurarem-se no tecto, vender ou passar droga, trocar preservativos, sei lá que mais eles – alguns – aprenderam em forma vermelha e quente de morango, ou nos sites mais vulgares da internet, sem que ninguém de casa ousasse pôr cobro a tamanho crime.

Não confronteis a “inocência perversa” de tão sábias criaturas, já lhes basta serem patetas quanto mais ainda serem incompreendidos pelos professores e vitimas dum sistema educativo altamente traumatizante que os obriga a saber fórmulas, equações, ler textos, interpretá-los, reflectir sobre alguns problemas, tudo tão abstracto e esquisito, tudo tão além da sua mediocridade que até lhes provoca vertigens.

Miragem, miragem, miragem, excepto, claro, para aqueles alunos, pouquitos, que apostam na excelência, que são honestos, trabalhadores, que cumprem, que são briosos, que têm objectivos a atingir e, em casa, pais que lhes pedem contas do trabalho feito na escola, que os balizam, lhes dão norte, referências, bom exemplo, estímulo, não pactuam com a mentira, com o faz de conta, não admitem irreverência nem marginalidade. Depois Caro Professor tenha a humildade de perceber que um garoto pateta e tutelado pelos pais “não vai a lado nenhum”, fica pelo caminho, dizendo mal de tudo e de todos, um revoltado da sociedade que não conta com os seus préstimos porque ele não os tem, nunca os quis adquirir e gozou com quem se esforçou por ser bom. Não force, não insista, antes, ajude-o a apatetar ainda mais, seja fixe, seja porreirinho, entre no esquema, na certeza de que, nesse exacto momento, há outros alunos com “espírito de líder”com capacidades que aplicam e desenvolvem, que conciliam trabalho, estudo, esforço, empenho, cumprindo na integra a sua missão de estudante que estuda e quer apostar na excelência. Afinal é destes que o mundo precisa, parasitas e crises já temos de sobra, não é necessário investir mais, gastam dinheiro e não produzem, minam o sistema, instalam a corrupção afogando-se nela.

Pense bem professor, talvez em cada turma ainda tenho um ou dois alunos exemplares que não têm culpa do ambiente degradado que os rodeia. Aposte forte nestes e também nos que querem aprender e têm algumas dificuldades, quer cognitivas, quer económicas, mas lutam para as ultrapassar. Seja um bom guia e uma referência na exigência do saber desta nata que escasseia mas ainda existe. Quanto aos outros, vá lá feche os olhos, deixe-os ser felizes na sua “esperta ignorância”, inflacione a classificação final para não complicar a estatística do “sucesso escolar”, pois se não o faz alguém o fará por si…Mas não abdique da sua paz, do seu “savoir faire”, das ilusões que armazenou na faculdade, estude, prepare as aulas, empenhe-se, dê o seu melhor, na certeza de que no fim do “martírio da sala de aula” terá uma sublime recompensa e um tranquilo paraíso à sua espera: os bons alunos recordá-lo-ão como uma referência, alguém que estava para lá da vulgaridade e o soube transmitir, enfim, um bom exemplo a seguir. Terá sido um modelo para os bons e o resto é paisagem que se perde de vista porque é abalroada pela tempestade das circunstâncias que nunca é meiga com quem não deixa marca, nem rasto, nem saudade.

 

Maria Susana Mexia - Professora

O Nosso Senhor Vigário

29-09-2011 18:34

5 – O homem desprendido e pobre

 

Já referi atrás que foi graças à sua ajuda económica que pude entrar para o seminário. Quantos não seriam os seus paroquianos que poderiam testemunhar a sua ajuda silenciosa? Todos pudemos conhecer a forma desprendida como viveu. Nunca teve luxos… A sua forma de vestir era pobre e até descuidada. Os automóveis que lhe conhecemos nunca serviram senão para o seu trabalho pastoral… A casa onde morava estava desprovida de qualquer conforto e quem quiser ainda hoje pode observar isso.  Muitas vezes partilhou comigo o facto de o seu dinheiro nunca abundar. Era o primeiro a entrar na ajuda às obras da paróquia que por sua iniciativa iam surgindo. Muitas das “ofertas anónimas” que eram publicadas no jornal eram suas mas fazia-o sem ninguém suspeitar. Pediu-me segredo a esse respeito. Hoje, neste testemunho, sinto-me dispensado de o continuar a guardar. Os únicos bens que tinha, ao falecer, eram as poucas propriedades que herdara da família e duas magras contas no banco. Por testamento reverteram em favor da paróquia. Apesar de se contentar com o pouco, sempre o preocupou a miséria alheia. Recordo apenas que, no seu princípio como pároco, a abundância não era muita e nalgumas casas escasseavam os alimentos. Nesse tempo manteve bem activa a Caritas paroquial fazendo chegar às famílias mais carenciadas alguns géneros como feijão, farinha e queijo. Ainda me lembro do sabor do pão trigo que, cozido pelas nossas mães com a farinha distribuída pela Caritas, acompanhado de leite em pó e um queijo amarelo em barra, chegava diariamente às nossas escola como suplemento alimentar.

P. Armando Tavares

Faça de si uma pessoa mais saudável!

29-09-2011 18:32

Rubrica - “AGIR PARA A MUDANÇA:

Há que prevenir…Para não cair

Esta rubrica é dedicada ao idoso e tem como finalidade ajudá-lo a viver mais saudavelmente. Desta forma, enquanto enfermeiras, a estudar na Escola Superior de Saúde de Portalegre no Curso de Especialização e Mestrado em Enfermagem, o nosso intuito no presente espaço é dissipar-lhe algumas dúvidas, fornecer-lhe pequenas dicas para que se mantenha informado e esclarecido na área da saúde e uma forma de desenvolvermos uma das actividades do nosso Estágio de Especialização em Enfermagem Comunitária.

As quedas, principalmente, para a pessoa idosa, constituem situações reais habituais e incapacitantes para estas, podendo resultar em lesões que contribuem para a perda de independência e qualidade de vida, especialmente a fractura do colo do fémur (fractura da anca) que acontece normalmente após os setenta anos de idade. A prevenção das quedas tem um papel primordial para preservar e promover a independência e a qualidade de vida da pessoa idosa, bem como as consequências graves que delas podem advir.

De acordo com estudos realizados a partir dos setenta e cinco anos, 27% das quedas no homem e 40% na mulher resulta em fracturas.

Diversas alterações ocorridas ao longo do processo de envelhecimento como a perda de força muscular, coordenação motora, lentificação dos reflexos, diminuição da acuidade visual, ou a presença de outras patologias que manifestem vertigens, tonturas, síncopes ou hipotensão postural e factores extrínsecos como má iluminação da casa, superfícies irregulares ou escorregadias, sapatos inadequados, tapetes soltos, objectos mal arrumados, escadas irregulares ou falta de corrimão e também o uso de alguns medicamentos que podem potenciar o risco de quedas, podendo diminuir o estado de alerta ou potenciar tonturas, perdas de equilíbrio ou hipotensão contribuem para aumentar a probabilidade do risco de queda ou mesmo o “medo de cair”.

Medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco de quedas:

• Tornar o local onde a pessoa idosa vive num local seguro o que pode ser feito através de,

 Utilização de uma luz de presença no quarto;

 Garantir uma boa iluminação da casa;

 Utilizar tapetes antiderrapantes (ou retirar tapetes);

 Presença de corrimão nas escadas;

 Uso de material de apoio na banheira (uso de bancos específicos para o banho, corrimão e tapete antiderrapante);

 Estar atento à presença de obstáculos no caminho (presença de objectos espalhados, móveis, fios).

• Atenção à existência de pisos irregulares, molhados ou escorregadios, não andando sobre os mesmos nestas condições;

• Uso de calçado adequado com aderência ao piso (solas antiderrapantes), confortável e ajustado ao pé. Evite usar chinelos assim como as roupas largas e compridas, que facilmente podem ficar presas e ser causadoras de quedas;

• Prática de exercício físico regular - caminhadas, ginástica ou prática de desporto (previnem a perda da capacidade funcional. É prioritário que a pessoa idosa continue a realizar as suas actividades da vida diária e pratique outras actividades, mesmo que estas tenham de ser adaptadas as suas capacidades).

As enfermeiras: Daniela Martins, Liliana Duarte, Maria de Fátima Morgado e Maria Hermínia Manso.

 

Pensamentos Existenciais VII - 9 - A Natureza e a Criação

29-09-2011 18:22

O Homem é um ser complexo da Natureza e da Criação!

Esta afirmação contém matéria vasta de reflexão e pode suscitar a indiferença de pessoas que não querem aprofundar a razão do existir e dúvidas a outras que, tendo o hábito de pensar, põem em causa os problemas místicos e transcendentais da Existência.

Ser um elemento da Natureza, é óbvio porque existimos. Mas, simultaneamente, ser um elemento da Criação, introduz, na análise, um dado novo que está para além das imagens reais e da natureza biológica do Homem!

Quem tem Fé acredita por simples impulso de gratidão e por vontade do seu espírito; outros, porém, exigem o aprofundamento das razões e o apoio das Ciências e da Lógica.

No entanto, não é fácil seguir as razões do Pensamento até às probabilidades lógicas da Criação.

Para se chegar a uma conclusão aceitável, o investigador precisa ser isento, libertar-se dos preconceitos do ateísmo e admitir a Influência Superior e Divina que dá sentido à Vida.

As investigações científicas, em questões metafísicas, chegam sempre à conclusão do não entendimento e do não saber do Homem.

Assim, podemos concluir que a Ciência é um saber incompleto que não é capaz de dar respostas satisfatórias aos fenómenos místicos e espirituais.

Acresce, ainda, que o nosso espírito comporta uma natural e irremediável inferioridade, inerente à própria condição humana!

Resta-nos, pois, recorrer às probabilidades lógicas da Criação e procurar entender as razões místicas da Existência.

Depois de ponderarmos as hipóteses mais prováveis, chegaremos à conclusão que a Existência só faz sentido se atribuirmos ao Homem a natureza espiritual necessária para  admitir o Transcendental e o Divino e desempenhar a missão reveladora  no seio da Criação.

 

Carta aos cursilhistas de Proença-a-Nova

29-09-2011 18:21

Movimento dos Cursos de Cristandade

 Caros Cursilhistas

As minhas saudações fraternas.

Tomo a liberdade de vos escrever, neste início do Ano Pastoral 2011/2012, alertando-vos para o recomeço das actividades do MCC, na nossa paróquia e também na Diocese, onde deveis estar sempre focados, podendo assim participar com mais frequência nas acções programadas e usufruir dos benefícios espirituais que delas resultam.

Quando um dia, ainda próximo, ou até mais distante, participastes num Cursilho de Cristandade, vivestes uma experiência única, olhastes a vida noutras dimensões, assumistes compromissos, fizestes propósitos… Apesar destas boas e louvadas intenções estivestes sujeitos a muitas provações e as adversidades não faltaram no vosso dia-a-dia, mas também tenho a certeza que as bênçãos de Deus foram derramadas em vossos corações, mesmo quando o desânimo e a tentação da desistência da vida cristã bateram à vossa porta.

Para manter a solidez da fé, há a necessidade de continuar a formação da vida cristã. É o que nos recomenda S. Paulo, padroeiro dos Cursilhos de Cristandade, na carta aos Colossensses que, ainda há poucos dias, proclamávamos: “Uma vez que recebestes o Senhor Jesus Cristo, procedei em união com Ele, enraizados e edificados n’Ele, firmemente seguros na fé que vos foi ensinada, procurando progredir nela com acções de graça” (Cl. 2, 6-7).

O MCC neste Ano Pastoral continua com as seguintes actividades abertas a todos os cursilhistas.

Nas 1ªas e 3ªas Quintas-feiras – reunião do Núcleo de Escola, em Amêndoa, às 20H30.

Na 2ª Quinta-feira – Ultreia na Zona do Pinhal Sul

Na 4ª Quinta-feira – Ultreia na Zona do Pinhal Norte, ou seja, nas Paróquias da Sertã e de Proença-a-Nova.

Na paróquia de Proença-a-Nova,  as Ultreias serão ao longo dos meses nas seguintes localidades, sempre às 20H00.

Realizar-se-ão duas Ultreias regionais, uma no dia 15 de Dezembro em Vila de Rei e outra no dia 19 de Abril, em Cardigos, sempre às 20H00.

Há ainda outra actividade não menos importante que estas e que está a desaparecer e que é urgente que se recomece nos diversos lugares onde há Cursilhistas, é a reunião de grupo.

Se há dificuldade em reorganizar o grupo em qualquer aldeia, os Cursilhistas devem pedir ajuda aos irmãos.

As reuniões são muito necessárias e importantes para fortalecer o espírito de unidade, de confiança, de partilha de colaboração, e são bem diferentes de todos os outros tipos de reuniões que fazemos.

Quanto às actividades Diocesanas ou nacionais chamaremos a atenção para elas nos momentos oportunos. Quero informar, já, que, durante este ano realizar-se-ão dois Cursilhos de Cristandade, um para Homens, de 09 a 12 de Fevereiro, de 2012 e outro para Senhoras, de 19 a 22 de Abril de 2012 ambos em Mem Soares. É necessário começar desde já a prepara-los, sobretudo, espiritualmente, com fortes intendências.

A todos os Cursilhistas desejo um grande empenhamento na acção Pastoral, que estejam disponíveis para os serviços que lhes sejam pedidos. Rezemos uns pelos outros. 

Proença-a-Nova, 12 de Setembro de 2011.

P. José Luís Ferreira Francisco

Falsa piedade para com quem sofre

24-08-2011 16:02

 Continuamos no período do ano em que abundam as trocas mútuas dos desejos de boas férias ou, então, aquelas perguntas rotineiras: tiveste boas férias? As férias estão a decorrer bem…? O nosso Jornal, no dia 13 de Agosto, na carruagem das férias festejou os seus 57 anos a fazer memória e história das suas gentes. Foi uma oportunidade especial para reflectirmos o nosso jornal e de sentirmos a urgência e necessidade de imprimir os esforços necessários e possíveis, para que (o nosso jornal) continue a ser um instrumento útil e indispensável no desenrolar e afirmação da história das nossas gentes e paróquias.

Enquanto muitos tomam o período de férias para criar espaço para “bem respirar”, participar em eventos, estreitar relações familiares e de amizade, ou no dizer de Jesus de Nazaré, extrair o prazer dos pequenos momentos da vida, como por exemplo, “contemplar os lírios do campo”…, outros pensam em promover a morte, mediante a legalização da eutanásia (acção médica pela qual se acelere o processo da morte de um doente terminal ou se lhe tire a vida).

Ora, que outra coisa muitas mentes desejam promover quando mergulhadas numa cultura que valoriza mais o ter e o parecer do que o ser, ou seja, que se preocupa mais em possuir bens do que ser tranquilo, alegre e coerente? É curioso ver como os meios da comunicação social maquilham os semblantes e floreiam as palavras e gestos dos seus “actores” para os tornarem atraentes! Quem se deixa comandar literalmente por estes ventos – consumismo, hedonismo – na viagem da vida, escolhe sempre os trilhos, isto é, a facilidade em vez do caminho que supõe dificuldades e sacrifícios mas que leva à vitória.

Outrora, uma maioria de portugueses, mediante o referendo, deu luz verde para a legalização do aborto. Foi e continua a ser um desprendimento de energia física, psicológica e valores materiais, numa sociedade com uma baixa taxa de natalidade e consequente envelhecimento. Hoje, naturalmente, os mesmos ventos que empurraram para o aborto, como que impedidos de compreender o valor absoluto e a beleza da vida humana, fustigam o barco para a legalização da eutanásia. Parece que estamos numa sociedade tão estranha que não arranjamos tempo para pensar. Quem pensa, por exemplo, no suicídio, não quer de maneira nenhuma matar a vida, pôr fim à existência, mas matar a dor emocional, a angústia, o desespero que abate as suas emoções. Mas voltemos à questão da eutanásia promovida pela falsa piedade para com o doente sofredor. O doente, mesmo na fase terminal, o que quer não é pôr fim à existência. Deseja no fundo do seu íntimo ser ajudado e que lhe sejam dadas as condições que possibilitem assumir mais humanamente a sua situação. Deseja ser acolhido e experimentar ser amado por aqueles que o rodeiam. Em vez destes ventos fustigantes   despenderem energia, valores materiais para formatar mentes de morte e consequente legalização da eutanásia, que tal invertermos a situação?

O Papa Bento XVI, na Jornada Mundial da Juventude em Madrid, consciente de que qualquer mudança exterior sem uma reorganização interior é uma mera máscara social, disse aos jovens: “Não somos frutos do acaso nem da irracionalidade, mas, na origem da nossa existência, há um projecto do amor de Deus”.

P. Ilídio Graça

“Faça de si uma pessoa mais saudável!”

24-08-2011 16:01

 Rubrica - “agir para a mudança:

 Dar vida aos anos e não anos à vida - envelhecer com qualidade

 

Esta rubrica é dedicada ao idoso e tem como finalidade ajudá-lo a viver mais saudavelmente. Desta forma, enquanto enfermeiras, a estudar na Escola Superior de Saúde de Portalegre no Curso de Especialização e Mestrado em Enfermagem, o nosso intuito no presente espaço é dissipar-lhe algumas dúvidas, fornecer-lhe pequenas dicas para que se mantenha informado e esclarecido na área da saúde e uma forma de desenvolvermos uma das actividades do nosso Estágio de Especialização em Enfermagem na Comunidade.

Durante muitos anos a grande preocupação da investigação em saúde foi a longevidade. Hoje, o grande desafio das sociedades ocidentais prende-se com a qualidade de vida, sobretudo da pessoa idosa. Vive-se mais, mas os anos vividos também têm de ser acompanhados de saúde e bem-estar.

 O processo de envelhecimento é uma fase da vida que ocorre naturalmente em todos os seres humanos e caracteriza-se por modificações físicas, psicológicas e sociais e condiciona transformações fisiológicas nos vários órgãos levando ao aumento da predisposição para o surgimento de doenças. Viver mais pode ter consequências e ser sinónimo de perda de autonomia, depressão, isolamento social, doenças, declínio funcional e aumento da dependência. Ainda assim idade não é sinónima de doença. A meta hoje, não tem que ver tanto com o prolongamento da vida, mas acrescentar-lhe saúde e bem-estar, por isso se diz habitualmente que se deverá dar vida aos anos e não anos à vida.

          O envelhecimento saudável e a qualidade de vida são os grandes desafios. A mudança está nas mãos de cada um. É possível promover a saúde e a qualidade de vida, mantendo o corpo em forma, através de uma alimentação adequada, de estímulos físicos e com mobilidade mental e intelectual. Há que colocar em prática a velha máxima de mente sã em corpo são.

Actualmente envelhecer com qualidade passa pela promoção de estilos de vida saudáveis na população idosa. Esta tem como objectivo prioritário responsabilizar os idosos pela sua saúde, para isso deverão:

•           Fazer uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e cereais com menos gorduras, menos sal e menos açúcar;

•           Reeducar alguns dos seus hábitos - tabágicos, alimentares, de consumo de álcool ou outras drogas;

• Renovar as estratégias de combate ao stress;

•           Ser disciplinados no cumprimento dos cuidados médicos básicos;

•           Implementar programas de exercício físico adequados.

7 - As naturezas do homem

24-08-2011 16:01

 Pensamentos Existenciais VII

O Homem é um ser de natureza biológica que nasce inconsciente. Isto significa que, como ser vivo, está sujeito às leis da Natureza, comuns à Vida: nasce, alimenta-se, reproduz-se, cresce e morre.

Todos os seres vivos, incluindo os unicelulares, estão sujeitos a mutações ou transformações genéticas que lhes conferem qualidades próprias ou individualizadas. (Não há, no Mundo, dois seres vivos com o mesmo código genético). Assim, cada ser vivo é um indivíduo inconfundível e único!

As espécies animais estão dependentes da natureza cerebral que possuem.

Ao analisarmos a natureza humana, constatamos que o Homem, para além das qualidades inerentes ao ser vivo, possui outras bem mais complexas que o distinguem de entre todos os outros como ser consciente de natureza espiritual.

A Consciência é a voz secreta do Espírito que aprova ou reprova os nossos actos. Deste modo, o Homem tem a noção do Bem e do Mal, do que está certo e do que está errado. A Consciência é, portanto, a voz da Razão e do Entendimento.

O Entendimento provém da Racionalidade e esta do sistema neurocerebral.

Apesar de o nosso cérebro ter capacidade para decifrar fenómenos interiores e exteriores ao nosso corpo, é incapaz de esclarecer o misticismo da Alma e o mistério profundo da Existência – são mistérios da Natureza Divina e Transcendental, inacessíveis à Ciência e à nossa compreensão.

Se não houvesse Deus, não haveria mistérios intransponíveis pelos recursos da investigação científica e tudo seria claro e acessível ao nosso entendimento!

Para resolver enigmas ocultos, seria necessário possuir uma capacidade mental superior à da natureza humana!

Mas o pensador não pode desistir dos problemas que envolvem a Criação, mas deve procurar atingir o limite da sua racionalidade.

Todas as probabilidades lógicas da Vida indicam que Deus programou a Sua Obra envolta em mistérios e deu ao Homem a capacidade mental de revelar os que estão destinados à compreensão da natureza humana.

Se mais não houvesse, esta seria razão bastante para acreditar na Existência Divina e no Poder Omnipotente e Transcendental do Criador, apesar das ambições pretensiosas e conjecturas perversas, subjugadas aos interesses de ideologias subversivas de falsas filosofias, determinadas pela ingratidão dos homens!..

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